Melhor sem ele? Vini chega a dérbi sob pressão para funcionar com Mbappé
O Real Madrid recebe o Atlético de Madri neste sábado, às 17h (horário de Brasília), no Santiago Bernabéu, no duelo que é apontado como uma espécie de final do Campeonato Espanhol. Para Vini Jr., eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa, o duelo é ainda mais importante.
O brasileiro está outra vez no centro do debate na mídia espanhola. E, desta vez, não é pelos casos de racismo ou por prêmios individuais. A imprensa e os torcedores se perguntam por que o time não tem funcionado com Vini Jr. e Kylian Mbappé jogando juntos.
Nas últimas semanas, Vini esteve suspenso em três partidas — contra Las Palmas e Valladolid no Campeonato Espanhol, e diante do Brest, pela Champions League. Nas três partidas, Mbappé marcou cinco gols; jogando na ponta-esquerda, Rodrygo fez três gols e deu duas assistências, ambas para o francês.
No retorno de Vini à Liga Espanhola, contra o Espanyol, a dupla de estrelas voltou a ser titular, mas o Real Madrid acabou perdendo por 1 a 0. A atuação de ambos ficou abaixo da média.
Na quarta-feira, a história ganhou mais um capítulo: Mbappé não foi nem relacionado para enfrentar o Leganés, enquanto Vini Jr. começou a partida no banco de reservas. O brasileiro entrou no início do segundo tempo, substituindo Rodrygo, e fez boa partida, sendo o principal jogador do time, que acabou vencendo por 3 a 2.
A sequência de jogos ajudou a construir uma narrativa que virou debate nos programas de TV e rádio na Espanha: a de que Vini Jr. e Kylian Mbappé têm dificuldades para jogar juntos.
Dados como mapas de calor e posição média em campo — que são analisados internamente pelo clube — mostram que Vini e Mbappé ocupam uma faixa parecida do gramado, na ponta esquerda. O francês, embora seja escalado como um centroavante, costuma circular pela área de atuação do brasileiro.
Boa relação
Apesar do debate sobre os problemas da parceria, e da tentativa de setores da mídia espanhola de criarem uma rivalidade, Vini Jr. e Mbappé têm uma boa relação.
Desde antes do francês chegar à capital espanhola, ele já trocava mensagens com o brasileiro. Mais de uma vez, Vini elogiou o clube e os companheiros, para convencer Mbappé a deixar o PSG e juntar-se ao Real Madrid.
O fato de jogarem na mesma posição nunca foi um problema para Vini, segundo pessoas próximas ao jogador. O camisa 7 já disse, em conversas privadas, que não se importaria em se adaptar para ajudar a equipe. Por enquanto, Carlo Ancelotti ainda não testou grandes mudanças nas posições dos atacantes.
Rival indigesto
Outro componente que torna o duelo deste sábado ainda mais especial para Vini Jr. é o adversário. Para além da disputa pela liderança de La Liga — o Real Madrid tem 49 pontos, o Atlético, 48 —, o time colchonero é uma pedra no sapato de Vini Jr.
Fora de campo, a rivalidade já se transformou em crime: foram torcedores do do Atlético de Madrid que pendurou um boneco representando Vini em uma ponte. Também foi uma parte da torcida a responsável por gritos racistas nos últimos dérbis.
Quando a bola rola, Vini costuma encontrar dificuldades: em 14 partidas com o Atleti, ele só marcou um gol: nas quartas de final da Copa do Rei da temporada 2022/23, ele fez o terceiro da vitória por 3 a 1, no último minuto da prorrogação.
Contra o Barcelona, por exemplo, Vini tem 7 gols marcados em 19 partidas; diante do Valencia, são 8 gols marcados em 12 partidas.
Reportagem
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