Paciência e treinos no quintal: como Endrick foi de encostado a herói
Os dois gols de Endrick na prorrogação contra o Celta salvaram o Real Madrid de um vexame na Copa do Rei. Com um chute de fora da área e um toque de calcanhar entre as pernas do goleiro Villar, o brasileiro transformou uma prorrogação em goleada — o time merengue venceu por 5 a 2.
O jovem atacante, de 18 anos, transformou, também, a principal história do jogo, que começou com o Bernabéu vaiando Carlo Ancelotti, num reflexo da derrota para o Barcelona (pelo mesmo placar de 5 a 2) no domingo, pela Supercopa da Espanha.
O jogo das vaias virou o jogo de Endrick. "Endrick salva Ancelotti" foi a manchete mais comum na imprensa espanhola.
A jornada de herói do brasileiro não foi fácil. O último gol de Endrick pelo Real Madrid havia sido em 17 de setembro, na vitória por 3 a 1 sobre o Stuttgart, na Champions League. No início deste ano, ele teve 90 minutos para marcar contra o Deportiva Minera, da terceira divisão; não conseguiu e foi criticado pela torcida.

Mas Endrick teve calma para lidar com as críticas e continuar trabalhando. A paciência e a insistência do jogador no objetivo de triunfar no Real Madrid são apontadas por pessoas próximas ao atleta como características marcantes de sua personalidade.
Um exemplo claro aconteceu no fim de dezembro, durante os dias de folga de fim de ano dados pelo clube ao elenco. Quando o CT do Real Madrid estava fechado, o brasileiro improvisou um treino no quintal de casa.
O esforço extra foi registrado em fotos nas redes sociais. Carlo Ancelotti — que dias antes havia dito que Endrick precisava "trabalhar mais" para ter novas chances — soube do treino no quintal e aprovou o esforço extra.

Outra prova dessa resiliência de Endrick é o comportamento diante das poucas oportunidades: não houve críticas (diretas ou indiretas) às decisões da comissão técnica, mensagens em redes sociais ou pedidos para ser emprestado e jogar mais tempo em um clube menor.
Pelo contrário, o atacante não se cansa de dizer que pretende continuar no Real Madrid e encontra na própria carreira um exemplo para seguir em frente.
"Já passei por isso no Palmeiras e sempre dava tudo pelo time", disse após a partida contra o Celta. No clube paulista, onde a espera deu bons frutos e ele transformou-se na referência ofensiva da equipe.
No Real Madrid, a concorrência é mais pesada. Mas, depois de "salvar" Ancelotti de mais um vexame, a expectativa é que as chances (e os minutos em campo) aumentem. No domingo, às 12h15 (horário de Brasília), o Real Madrid recebe o Las Palmas, pelo Campeonato Espanhol.
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