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'Gestos primatas e sons de macaco': o que diz a sentença do caso Vini Jr.

Três torcedores do Valencia foram condenados, na segunda-feira, a 8 meses de prisão por insultos racistas ao jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. O UOL teve acesso à sentença do caso, ditada pela juíza do Juizado de Instrução 10, da cidade de Valência.

De acordo com o documento, os três homens foram condenados por "delito contra a integridade moral" de Vini Jr., com "circunstância de discriminação por motivos racistas".

A sentença relata o comportamento racista dos três condenados, afirmando que "proferiam gritos e cânticos contra o jogador, com gestos de menosprezo de caráter racista, gerando sentimentos de frustração, vergonha e humilhação como consequências de ataque à sua dignidade".

No documento, a juíza confirma o que Vini Jr. havia dito no dia da partida: que houve ofensas que faziam alusão ao comportamento e sons de um macaco.

"Concretamente, as manifestações de menosprezo consistiram em simular os gestos que fazem os primatas, e em reproduzir gritando de forma repetida os sons "uh, uh, uh, uh", onomatopeia que imita o som emitido por macacos e que, como é público e notório, foi proferido em diversas ocasiões por grupos de torcedores em vários países para ofender publicamente jogadores de cor de pele negra em jogos de futebol", diz a sentença.

Pena reduzida por arrependimento

O documento obtido pelo UOL diz ainda que os três homens admitiram a culpa e "desde o primeiro momento mostraram arrependimento", que foi considerado como atenuante da pena.

O pedido do Ministério Público e dos advogados de defesa era de 12 meses de prisão para cada um dos três acusados. Entretanto, na sentença a juíza explica que foi aplicada a atenuante analógica do artigo 21.7 do Código Penal Espanhol, reduzindo portanto um terço da pena — chegando, assim, aos 8 meses de prisão.

Os três também fizeram um documento por escrito pedindo desculpas a Vini Jr. Ao UOL, tanto Real Madrid quanto o entorno do jogador confirmaram o recebimento de uma carta de desculpas. Porém, pela lei de proteção de dados da Espanha, o conteúdo não pode ser divulgado, porque exporia a identidade dos condenados.

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