Black Sabbath se despede de uma forma tão incrível como sua trajetória
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Nesse sábado, 5 de julho, foi um dia de emoção, felicidade, tristeza e gratidão, já com um toque de saudade, porque uma das maiores bandas de rock and roll, do heavy metal de todos os tempos, se despediu dos palcos definitivamente.
Quantos roqueiros de diversas gerações diferentes têm como grande referência essa banda que influenciou diretamente a paixão pelo rock: o incrível Black Sabbath?
Milhares amam a formação original, composta por Ozzy Osbourne no vocal, Tony Iommi na guitarra, Geezer Butler no baixo e Bill Ward na bateria.
Sem dúvida, o Sabbath está entre as melhores bandas de todos os tempos na minha opinião.
Desde quando ouvi pela primeira vez, me identifiquei totalmente com o som agressivo da banda.
No primeiro Rock In Rio, fui no dia 19 de janeiro exatamente para ver o Ozzy e o AC/DC, que têm a mesma importância para a minha vida de apaixonado pelo rock.
O Ozzy tinha saído havia pouco tempo do Black Sabbath e estava começando sua carreira solo, que também foi muito bem-sucedida, mas eu queria ver a banda completa.
Depois desse show, assisti outras vezes ao Ozzy e sua banda e também ao Black Sabbath com outros vocalistas, mas eu queria vê-los juntos.
Em outubro de 2013, estava marcado o primeiro show do Sabbath no Brasil, no Anhembi, e, obviamente, comprei dois ingressos e fiquei em grande expectativa. Só que aconteceu um problema.
A CBF marcou dois amistosos para o Brasil na China; as datas coincidiram, e eu passei meus ingressos para dois dos meus filhos (Leonardo e Symon).
Foi incrível porque, enquanto eles estavam no show me mandando vídeos e fotos, eu estava no café da manhã um dia à frente, em Pequim.
Não foi dessa vez que consegui ver a minha banda preferida ao vivo com a formação clássica.
Bom, algum tempo depois, acho que em 2017, eles voltaram para tocar no estádio do Morumbi e, dessa vez, nada me impediu de assistir junto com um amigo chamado Marcelo e com meu parceiro de rock, o jornalista Márcio Canuto. Foi uma das coisas mais incríveis que assisti.
Estava ali à minha frente o Black Sabbath original mandando ver com "N.I.B", "War Pigs", "Paranoid", "Iron Man", "Sabbath Bloody Sabbath", "Changes", "The Wizard", enfim, todos os clássicos que ouvia desde os meus 10 anos em discos, fitas ou nas rádios.
Por isso, no sábado à noite, fiquei alguns momentos muito feliz, em outros, triste, mas emocionado o tempo todo quando comecei a assistir aos cortes no YouTube.
Ozzy Osbourne, de cadeiras de rodas, com enorme dificuldade por causa de diversos problemas físicos, mas principalmente por causa do Parkinson, se esforçando ao máximo para dar esse presente aos centenas de milhares de fãs espalhados pelo mundo.
Ele cantou com bandas de convidados, que foram várias, mas os clássicos cantou ao lado dos seus companheiros de início de trajetória.
Todos torcedores do Aston Villa, e terminar a história que criaram juntos, tocando no estádio do time que amam, foi o máximo.
Tanto os quatro da banda quanto o Villa são de Birmingham, e isso é muito simbólico e significativo para todos que participaram dessa despedida.
Agora, entra aquele ditado popular: "Quem viu, viu; quem não viu, não verá mais".
Uma pena para as gerações de roqueiros que surgiram ao longo dos tempos, que ouvirão a banda e verão as imagens de shows e clipes, e dirão: "Caramba, gostaria de poder ter visto ao vivo".
Assim como a minha geração fala sobre os Beatles.
Na minha adolescência, lá no final dos anos 70, eu e meus amigos falávamos assim: "Já pensou em ver os Beatles ou os Rolling Stones no Morumbi?"
Bom, os Stones eu assisti diversas vezes no Pacaembu e no estádio do Ibirapuera, mas os Beatles foi só o Paul McCartney.
Enfim, as grandes bandas envelheceram e estão pouco a pouco chegando ao fim; talvez em 20 anos nenhum deles esteja mais por aqui e só restarão mesmo as imagens e as memórias de quem teve o privilégio de conseguir assistir a algumas delas ao vivo. Uma pena para as gerações de roqueiros que surgirão ao longo dos tempos.
Adeus, Black Sabbath. Muito obrigado por tudo.
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