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OpiniãoEsporte

Brasileiros surpreendem os europeus, mas precisam ficar atentos e fortes

Depois de duas rodadas completas para os times brasileiros no Mundial de Clubes da Fifa, ficou claro que, na pressão, na dificuldade e no desafio, nossos principais times são muito competitivos.

Temos que levar em consideração que os times europeus deveriam estar de férias e desgastados pela extrema temporada, da mesma forma que, na Copa Intercontinental em dezembro, são os nossos times que estão estafados e precisando de descanso.

A maioria dos jogos está sendo jogada num calor intenso, que interfere no rendimento físico de todos, mas os times brasileiros estão no meio da temporada, portanto em plena forma física.

Deixando essas dificuldades de lado, estamos demonstrando um nível de competição altíssimo, e os treinadores que trabalham no Brasil, sejam estrangeiros ou brasileiros, estão fazendo um ótimo trabalho.

Felipe Luís e Renato Gaúcho foram diretamente determinantes nos dois últimos jogos, nas vitórias de Flamengo e Fluminense.

Os dois tiveram escolhas no momento certo de cada jogo que mudaram completamente o andamento da partida e ainda fizeram os gols decisivos em jogos complicados.

Assim como Renato Paiva foi brilhante na escolha da estratégia de jogo contra o PSG, que é o atual campeão europeu.

O Botafogo fez uma partida tática perfeita, colocando em prática um esquema de marcação em zona para fechar espaços, sendo compacto e intenso.

A competitividade alta colocada por Renato Paiva surpreendeu o Luís Enrique, que não soube arrumar um jeito de se livrar dessa armadilha e acabou perdendo a partida.

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Já o Abel tem o seu time na mão há cerca de cinco anos, vencendo tudo que disputou, sendo que alguns títulos foram conquistados mais de uma vez.

O Palmeiras, na América do Sul, é um dos times mais competitivos porque consegue manter essa força todos os anos.

O trabalho mental, psicológico e motivacional que faz o Abel Ferreira e sua comissão é invejável, e isso coloca o Palmeiras sempre como um dos favoritos aos títulos que disputa.

Sem dúvida alguma, os europeus conheciam muito menos sobre como são nossos times do que nós conhecemos os deles.

Nós admiramos muito os campeonatos nacionais europeus e amamos a Champions League, mas eles não estão nem aí para a gente da América do Sul.

Quando a Fifa inventou esse torneio, não percebemos que somos muito mais preparados que eles, porque não perdemos um jogo sequer da Champions, e eles nem sequer se preocupam com o que acontece por aqui.

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Nesta primeira fase, estamos sendo surpreendentes, mas, quando começarem os jogos eliminatórios, tudo pode mudar. Apesar de os clubes brasileiros não estarem todos classificados, eles estão bem próximos de garantirem vaga no mata-mata.

Bayern de Munique, PSG, Chelsea, Borussia Dortmund são grandes times, muito bem preparados, e conseguem mudar a chave rapidamente.

Será muito interessante das oitavas em diante, porque o nível competitivo irá se igualar. Quem perder volta para casa, e a exigência de concentração deverá ser máxima para todos.

Confio que algum brasileiro possa surpreender ainda mais e, quem sabe, chegar até a final. Mas encontraremos os mesmos times europeus, só que com mais determinação e já sabendo como somos e de que forma jogamos.

Acredito que, por estarmos em plena forma física, teremos mais facilidade para manter o foco na competição, e isso pode ser a nossa principal arma.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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