Fluminense domina o Borussia e só não vence por causa da ansiedade
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Até agora, as estreias dos times brasileiros foram positivas e normais no Super Mundial de Clubes da Fifa. O empate do Palmeiras com o Porto foi o mais lamentado, porque era possível vencer. O time do Abel Ferreira foi melhor, mas deixou escapar essa possibilidade e agora enfrenta os dois times teoricamente mais fracos.
Na prática, o time árabe é perigoso e não será simples acompanhar a correria deles em uma temperatura tão alta como está nos Estados Unidos nesse período do ano. Será um jogo em que a inteligência futebolística do Palmeiras valerá muito mais do que a técnica e a força.
O último brasileiro a jogar nessa primeira rodada do Super Mundial de Clubes da Fifa foi o Fluminense, do Renato Gaúcho, enfrentando o adversário mais difícil entre todos que os brasileiros enfrentaram. Nessa terça-feira (17), o tricolor enfrentou o Borussia Dortmund, que é um peso pesado do futebol europeu, jogando sempre no torneio de clubes mais difícil do mundo, que é a Champions League.
Havia uma grande expectativa de como Renato iria armar seu time e qual seria sua estratégia: iria se defender e apostar no contra-ataque? Cadenciaria e jogaria por uma bola a partir de um jogo mais cauteloso? Bateria de frente e entraria para a "trocação", sendo agressivo e marcando pressão, como eles fazem? Todas essas possibilidades existiam e tudo iria depender de como o jogo se apresentasse no início. E, claro, quem determina uma tendência são os times, e foi exatamente isso que aconteceu.
Classificação e jogos
O tricolor do Renato Gaúcho não tomou conhecimento do pesado Borussia Dortmund, que não viu a cor da bola; aliás, viu sim, e as cores dela eram vermelho, branco e verde. O Fluminense criou diversas chances de gol, teve mais posse de bola, chutou e acertou mais vezes no gol dos alemães e só não ganhou por detalhes.
Aí que eu quero chegar: talvez tenha faltado ao Fluminense acreditar na vitória, ter mais foco na finalização, porque eu achei que, quando o time percebeu que estava mandando no jogo, bateu uma ansiedade para fazer logo o gol, o que é até normal, mas atrapalha demais qualquer time. Na realidade, ninguém esperava que o Fluminense fosse dominar o jogo de ponta a ponta, mas dominou, e isso é muito mérito do trabalho psicológico e motivacional do Renato.
Porque a parte física e técnica não era um problema, já que o time está no auge da forma, no meio da temporada, mas teria que trabalhar a questão da confiança no próprio time. E, pelo que vi da partida, o Fluminense entrou com muita personalidade coletiva e confiança, acreditando que poderiam mesmo bater de frente com o Borussia e sair com a vitória.
Mas, quando isso começou a acontecer, faltou um controle emocional e a equipe se deixou dominar pela ansiedade de marcar um gol e também a ansiedade de vencer. Mas, de qualquer forma, o empate só é discutível porque o Fluminense mandou completamente na partida, mas empatar com o Borussia deixa os dois times numa situação confortável.
Agora, terão pela frente os dois times teoricamente mais fáceis do grupo, e a tendência é vencerem seus jogos. Mas é bom lembrar que se faz um jogo ficar fácil, como fez o Bayern de Munique. Nenhum jogo é fácil pela diferença financeira, nem pela dificuldade maior ou menor dos campeonatos e nem dos continentes que as equipes pertencem.
O Fluminense precisa jogar os próximos dois jogos contra os times da África do Sul, Mamelodi Sundowns, e do coreano Ulsan, da mesma maneira que enfrentou o Borussia Dortmund, para não dar sopa para o azar. Para finalizar, para mim, o melhor futebol apresentado pelos brasileiros nessa primeira rodada foi o do Fluminense.
Já o Glorioso Botafogo teve uma vitória importante, mas com um resultado numérico ruim. Está no Grupo B, que é o mais difícil de todos, e a possibilidade de uma vaga ser disputada no saldo de gols é muito grande. O time do Renato Paiva terá pela frente, na segunda rodada, simplesmente o time campeão europeu, que já fez 4 a 0 no Atlético de Madri e, na minha opinião, é o melhor time do mundo neste momento.
O PSG, dirigido pelo excelente Luís Henrique, tem um toque de bola fácil, preciso e agressivo, porque o time pensa sempre em empurrar o adversário para trás; portanto, o toque de bola é para frente e não para os lados, como fazem os sul-americanos. Será uma partida muito difícil, e um empate será muito favorável ao Botafogo, caso o time do Diego Simeone não goleie o Seattle Sounders, o que acho difícil de não acontecer.
Mas, de qualquer forma, a decisão da segunda vaga será decidida na última rodada entre Atlético de Madri e Botafogo, que se enfrentarão, porque a tendência é que todos vençam o time norte-americano para decidir a sorte no confronto direto ou no saldo de gols. Claro que uma surpreendente vitória do Botafogo deixará o time do Rio numa situação favorável, mas não classificado.
Porque existe ainda uma remota possibilidade de Botafogo, PSG e Atlético de Madri terminarem a fase de grupos com 6 pontos cada, e aí entrarão os critérios de desempate.
Na segunda-feira (16), foi a vez do Flamengo estrear contra o Espérance da Tunísia e conseguir uma vitória por 2 a 0, apresentando um futebol preguiçoso, com muitos toques para os lados e para trás, e várias vezes devolvendo a bola para o goleiro Rossi quando o time já estava no campo de ataque.
Mas a situação do time do Filipe Luís é preocupante, independentemente do resultado contra o Chelsea na segunda rodada, porque terá o Los Angeles Football Club por último, e uma vitória, mesmo com um futebol preguiçoso, lhe dará a classificação, mas não servirá para as oitavas.
O Flamengo, passando em segundo, baterá de frente com uma potência chamada Bayern de Munique, e, caso passe como líder, terá pela frente Benfica ou Boca. Esses dois últimos decidirão a vaga pelo número de gols que fizerem no Auckland, que já tomou 10 do time alemão.
O Flamengo precisará colocar uma dinâmica e uma intensidade bem mais altas do que as da estreia e jogar com muita agressividade, pensando nas oitavas e lutando muito pelo primeiro lugar do grupo.
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