'Lady Tempestade' tem uma interpretação incrível da Andréa Beltrão
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Hoje fui para o Sesc Consolação assistir a "Lady Tempestade", um monólogo com a incrível Andréa Beltrão.
Antes de qualquer coisa, preciso falar sobre a Andréa, que faz uma interpretação maravilhosa sobre um tema super difícil e pesado.
Ela demonstra muita garra nesse monólogo, porque entrar nessa personagem e nessa história requer estômago para lidar com a raiva, a dor, a indignação e o sofrimento. A Andréa transmite tudo isso na sua interpretação.
A história é da advogada pernambucana Mércia Albuquerque, que defendia presos políticos e seus familiares na época da ditadura militar.
Em cima do palco, há cadeiras para umas 6 pessoas, com uma fileira na frente e outra atrás, que, a princípio, parecem ser de um júri, mas, com o passar do espetáculo, percebemos que também podem ser familiares e amigos das pessoas que foram assassinadas pelos torturadores.

O empenho e a dedicação da advogada Mércia em tentar, pelo menos, aliviar a dor dos pais são admiráveis.
O final do monólogo é surpreendente e tira o fôlego, porque embaixo do tapete que cobre todo o palco estão cheios de fotos dos estudantes mortos e desaparecidos desde o golpe de 1964.
Quando a Andréa se joga no chão e começa a levantar o tapete e jogar os milhares de papéis com as imagens das pessoas para o público, bate uma revolta misturada com uma tristeza imensa.
Eu recomendo muito, porque faz parte da nossa história e da nossa cultura, independentemente de qualquer coisa. A direção da Yara de Novaes é impecável e a peça tem a dramaturgia de Silvia Gomez com produção da Quintal Produções.
Foi imperdível e agradeço demais a Andréa e a Yara pelo convite.
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