Brasil precisa de foco e seriedade, e não de 'porrada', igual eu vi em 1985

Argentina x Brasil é um dos clássicos mais importantes da história do futebol mundial, sem dúvida alguma.
Com vários jogos históricos, legais ou não para nós, há muitas histórias para se lembrar.
Vou contar a história de uma partida num domingo, dia 5 de maio de 1985, em Salvador, na Fonte Nova.
Vínhamos de uma vitória por 2 x 0 em cima do Uruguai, no estádio do Arruda, também conhecido como Gigante do Arruda, em Recife, que pertence ao Santa Cruz.
Nesse jogo contra o Uruguai, no final da partida, aconteceu uma briga generalizada que eu nem me lembro por que começou, mas o jogo havia sido pesado, tenso, e tudo explodiu no final.
Contra a Argentina seria diferente, pensávamos nós na época, porque iríamos entrar com muita garra pela enorme rivalidade que existe desde sempre, em busca de uma vitória, e não de confusão.
Caiu um temporal absurdo um pouco antes da partida, que durou praticamente o jogo todo, e isso fez o jogo ficar bastante corpo a corpo, carrinho daqui, carrinho de lá, e assim foi passando o tempo.
Começamos vencendo por 1 x 0, gol do centroavante Careca (São Paulo na época), aos 7 minutos de jogo, porque estávamos intensos e apertando a Argentina.
Foi um golaço, porque o Moser cruzou alto lá no "segundo pau", e eu, quase em cima da linha de fundo, cabeceei para o Careca, que, de bicicleta, marcou.
Mas, ainda no primeiro tempo, aos 31 minutos, os "hermanos" empataram com Burruchaga, que seria campeão do mundo em 1986, fazendo o gol da vitória contra a Alemanha.
No segundo tempo, jogamos debaixo de um dilúvio, e o jogo ficou mais pesado, com entradas mais duras, acima do normal, e a tensão subiu.
Com o campo cheio de água, viramos o jogo com o volante Alemão (Botafogo), e dali em diante o bicho pegou.
E olha que ninguém deu uma entrevista antes desse jogo dizendo: "Porrada neles em campo e fora se precisar".
A partida já estava perto do fim quando, de repente, virou uma pancadaria generalizada, muito pior do que havia acontecido contra o Uruguai quatro dias antes.
Tudo começou quando o Éder (Atlético-MG) se desentendeu com um deles e explodiu uma confusão que parecia não ter fim.
O árbitro expulsou Alemão e Éder, do Brasil, e o centroavante Pasculli, da Argentina.
O Brasil:
Paulo Victor, Édson, Oscar, Moser e Branco. Dema, Alemão e Casagrande. Bebeto (Mário Sérgio), Careca (Reinaldo) e Éder.
Técnico: Evaristo de Macedo.
Argentina: Fillol, Clausen (Rinaldi), Brown, Ruggeri e Garré. Ponce (Trossero), Barbas e Trobbiani (Vanemerak). Burruchaga, Gareca (Dertycia) e Pasculli.
Técnico: Carlos Bilardo.
Os melhores momentos abaixo mostram os lances do jogo, mas não a confusão.
Resumo da história:
A declaração do Raphinha foi infantil, parecendo um garotinho que cai na provocação de um menino mais velho, mais esperto e com muito interesse em criar confusão.
Foi isso que aconteceu na entrevista entre Raphinha e Romário.
Se ninguém ainda percebeu, a intenção do Romário é simplesmente ser o centro das atenções, jogando iscas para ter belos cortes da entrevista, ganhar cliques e seguidores, sem minimamente se preocupar com o entrevistado.
Não foi só o Raphinha que mordeu a isca do Romário, porque o Neymar também caiu nessa, na história da Copa de 2002.
- "Neymar, no lugar de quem você entraria na Copa de 2002?"
- "Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo ou Rivaldo?"
E o Neymar respondeu absurdamente:
- "No lugar do Rivaldo."
Deu uma polêmica danada, com o Neymar sendo muito criticado por isso, enquanto o Romário ria vendo a repercussão.
Nesta noite, o Brasil tem que jogar bola, tentar vencer o jogo, jogando com raça, dividindo cada bola como se fosse uma final de Copa, porque Argentina x Brasil sempre parecerá uma decisão de Copa do Mundo.
O Brasil tem chances de ganhar esse jogo?
Tem, jogando futebol, mas não é favorito, porque a Argentina é a atual bicampeã da Copa América e do mundo, líder das Eliminatórias e venceu duas vezes seguidas no Maracanã.
Para vencermos, precisaremos de muito foco e seriedade, e não de "porrada neles".
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