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Centroavante precisa ficar de pé para fazer gols e não simular faltas

Por que alguns atacantes preferem se jogar em vez de tentar o gol? Essa pergunta se aplica a muitos atacantes brasileiros que, nos últimos tempos, têm escolhido se jogar no chão de forma patética, ao invés de continuar uma jogada que poderia ser perigosa.

Um dos motivos pelos quais Pelé, Romário, Ronaldo e muitos outros atacantes fizeram tantos gols é exatamente a escolha de permanecer de pé para buscar o gol, ao invés de se jogarem no chão, mesmo sem serem tocados, como foi o caso de Yuri Alberto contra o Palmeiras.

Na quinta (6) ficou explícito o motivo de sua expulsão, mas esse é um hábito que ele tem há muito tempo. Acredito que, em muitos casos, isso é falta de confiança, e o jogador prefere tentar ou simular sofrer uma falta do que errar a jogada.

Romário era puxado pela camisa, sofria o corpo a corpo e resistia às faltas porque era muito seguro e confiante de que faria o gol. Para quem não é dessa época, é só olhar as jogadas no YouTube.

Ronaldo fazia diversos gols com arrancadas incríveis, driblando vários jogadores sempre na direção do gol. Ele tomava "porradas" de todo lado e ficava de pé para marcar golaços. O seu apelido de "Fenômeno", dado pela imprensa italiana, foi muito em função desses golaços, resistindo da marcação à força para fazê-los.

Fora os brasileiros, existem tantos outros que escolhiam a bela jogada e o golaço ao invés de simular uma falta. Diego Maradona é um dos grandes exemplos disso; não precisa ficar vasculhando a internet, é só ver os gols que ele fez na Copa de 86 no México. Ele foi campeão e o melhor jogador do torneio. Além do famoso gol de mão contra a Inglaterra, encantou o mundo com jogadas incríveis e gols mágicos, como os dois contra a Bélgica e o segundo contra os ingleses. Vi na Itália vários lances de resistência da parte dele.

Enfim, Yuri Alberto é um bom centroavante, mas tem dois defeitos como jogador profissional. Um deles é essa mania de simulação de faltas e de jogar para a torcida sem pensar nas consequências. Fazer o gol e pular com o pé na bandeira do time adversário, tomando cartão amarelo, é jogar para a torcida, ser inconsequente e prejudicar a equipe.

Outro defeito grave é só dar entrevistas em momentos bons, sendo atencioso quando faz gols. Não estou inventando nada. Em 2024, na sua fase ruim, ele nunca dava entrevistas, não ia a programas esportivos, não atendia a nenhum pedido jornalístico. Mas, depois que a fase mudou, aparecia toda hora para falar.

Lembro de um jogo da fase de grupos da Libertadores em que o time perdeu para um time argentino fora de casa, e a Conmebol escolheu os jogadores para a entrevista; ele e Paulinho foram os escolhidos. Paulinho foi e falou, enquanto ele se recusou, e Cássio falou em seu lugar.

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Na Europa, aquela simulação ridícula do Yuri contra o Palmeiras é contemplada por vaias até da própria torcida, mas aqui aplaudem expulsões e muitas vezes as simulações. O atacante tem que ficar de pé para marcar o gol; o problema é a referência deles.

Mirem-se no exemplo de atacantes como Romário e Ronaldo, que faziam muitos golaços porque resistiam às faltas e nunca se jogavam no chão. Muito pelo contrário, eles ficavam de pé para comemorar os belos gols que faziam.

É óbvio que não estou comparando Yuri Alberto com Ronaldo e Romário, pois seria uma heresia da minha parte, mas sim a escolha que ele faz de jogar no chão ao invés de tentar o gol.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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