Santos de Caixinha precisa mais que Neymar para ser competitivo

Pedro Caixinha terá trabalho árduo para tornar o Santos competitivo e evitar riscos no Brasileirão 2025. Comentei o jogo de ontem aqui no Canal UOL com Danilo Lavieri e reencontrei, com muita alegria, Milton Leite na narração. Descrevo aqui minha percepção da equipe santista.
Vi um time bem organizado taticamente, com ótimas mudanças de esquema durante a partida. Ora em 4-3-3, ora com duas linhas de quatro e dois atacantes, e, quando pressionado, se armando em 5-4-1 com sincronismo e sem se desorganizar nas variações. Até aí, tudo ótimo. O problema é a fragilidade técnica.
Há bons jogadores, imprescindíveis para Caixinha, mas que renderão mais com a chegada de uns três atletas experientes, rodados e acostumados a grandes jogos. Pituca, João Schmidt, Guilherme, Thaciano, Soteldo e, com a adição de Tiquinho Soares, formam uma boa espinha dorsal. Mas é pouco para um time sólido.
Estamos no início da temporada, e a intensidade ainda não é plena para nenhum time. Mas ficou claro que as cinco substituições de Caixinha causam queda de rendimento. Na minha opinião, existe um desespero e uma expectativa criada pelo próprio Santos em torno de Neymar. Como se sua chegada transformasse o time em um gigante, pronto para todos os títulos.
A realidade é outra. Neymar não joga há mais de um ano e, segundo Jorge Jesus, está longe da forma física e clínica dos outros jogadores do Al-Hilal. Tanto que não querem inscrevê-lo no campeonato árabe, o que o limitaria à Champions League da Ásia. Se vier com contrato de seis meses, quanto tempo levará para entrar em forma, caso esteja recuperado da cirurgia?
Ninguém sabe. O Santos precisa de jogadores para agora, não para daqui a alguns meses. A euforia tomou conta da torcida, como vimos ontem no fim do jogo: pressão, cobranças, xingamentos e cantos pedindo Neymar.
O Santos não fez um jogo ruim contra o Palmeiras. No primeiro tempo, após o gol de Guilherme, até dominou, criando chances para o segundo gol. Mas o segundo tempo foi todo do Palmeiras, que pressionou e empurrou o Santos para trás. A revolta veio com o segundo gol, nos acréscimos, em falha de marcação na segunda bola, com Richard Rios decretando a vitória palmeirense.
O Santos não pode se prender à expectativa, remota, de Neymar. Precisa de um plano B robusto para montar um time competitivo.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.