Casagrande

Casagrande

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Corinthians precisa parar de ser coadjuvante e virar protagonista em 2025

Vamos falar sobre o ano de 2024 do Corinthians, porque foi bastante irregular. Tudo começou muito mal e ficou assim até as últimas nove rodadas do Campeonato Brasileiro.

No Campeonato Paulista, foi desclassificado ainda na fase de grupos, o que foi vergonhoso, e só fugiu do risco de rebaixamento nas últimas rodadas, o que seria uma mancha para a história do clube.

Aí o Campeonato Brasileiro começou e, simultaneamente, se jogavam as Copas do Brasil e Sul-Americana.

Tudo foi muito ruim no Brasileiro por um bom tempo. O time ficou na zona de rebaixamento por mais da metade do campeonato e não demonstrava nenhum sinal de recuperação, mas, nas copas, as coisas andavam, mesmo que a trancos e barrancos.

Em pleno desespero, Augusto Melo atirava para todos os lados buscando fortalecer o time para evitar o rebaixamento para a Série B. O primeiro erro foi demorar muito para mudar o treinador quando o António Oliveira já não estava conseguindo tirar nada a mais do elenco.

Sejamos honestos com o Antônio: ele foi muito prejudicado, porque enquanto esteve no Corinthians, o time era muito fraco.

De pênaltis em pênaltis, o Corinthians foi avançando na Copa do Brasil, onde o time mostrava força mental. Chegou até a semifinal, sendo eliminado pelo Flamengo, oscilando entre grandes jogos e outros fracos.

Já na Sul-Americana, o Corinthians já apresentava um futebol bem interessante, principalmente nas quartas, quando eliminou o Fortaleza, que era um dos líderes do Campeonato Brasileiro, amassando nos dois jogos. No Castelão, fez um surpreendente, mas merecido, 2 x 0, e, na Neo Química Arena, destruiu com um 3 x 0. Na semifinal foi bem também, mas acabou eliminado pelo futuro campeão Racing.

Mas as coisas continuavam péssimas no Brasileiro até que o Ramón Díaz encontrou seu time, seu esquema, mas, principalmente, contou com a chegada do Memphis Depay. Ele trouxe, além da experiência e do talento técnico, a identificação com o torcedor raiz do Corinthians.

Continua após a publicidade

Mesmo sendo holandês, foi assistir a jogos na favela, cortou o cabelo na quebrada, e isso foi muito importante para os outros jogadores.

Tecnicamente, acrescentou demais ao time, além de ter sido determinante para que o Yuri Alberto voltasse a marcar e para que Garro deslanchasse de vez como o melhor meia (camisa 10) do campeonato.

E aí sim veio aquela arrancada impressionante, saindo da zona de rebaixamento até conquistar uma vaga na pré-Libertadores e terminar o campeonato vencendo os últimos nove jogos.

Realmente, o final de campeonato do Corinthians foi incrível, não só pelas vitórias consecutivas, mas pelo futebol apresentado nesses jogos.

Manter o time titular e reforçar o elenco será imprescindível para sonhar em 2025.

Do lado político, as coisas estão muito distantes do que o time joga. Independentemente de impeachment ou não, faz décadas que as coisas vêm se deteriorando.

Continua após a publicidade

A situação se agravou muito nas mãos do Duilio Monteiro Alves, que deixou herança maldita para Augusto Melo, que também errou muito, principalmente no início do mandato.

A dívida está bem para lá de R$ 2 bilhões, e não adianta vir falar que os outros clubes também devem e ninguém comenta, porque essa é uma justificativa falsa. Todos falam das dívidas dos outros clubes. Este texto é sobre o Corinthians e não varre a poeira para baixo do tapete.

Vocês acham que, se não tocar no assunto da dívida, ela vai desaparecer? Não desaparece, e, para quem não sabe, este ano ainda aumentou.

Dentro do campo, o risco acabou bem, mas vamos ver quem ficará, quem irá embora porque não interessa ou quem sairá para outro time que pagará a multa contratual.

Acertaram em manter o Ramón Díaz no comando porque ele fez muito bem o seu trabalho mesmo nos piores momentos do clube.

O Corinthians precisa ter um time para competir forte e disputar títulos, porque já cansou ver a equipe ser apenas participante e coadjuvante nos campeonatos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.