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Bomba, bomba! Explosões dentro de estádio pode? Polícia para quem precisa!

O que aconteceu na final da Copa do Brasil entre Atlético-MG e Flamengo, na Arena MRV, foi um absurdo. Como se consegue entrar em um estádio com bombas? Que tipo de triagem é feita na porta dos estádios que permite a entrada de tudo o que não pode? Livros são barrados; em muitos lugares, bandeiras e faixas também são impedidas de entrar, mas uma cabeça de porco e bombas entram tranquilamente e ainda viram "cult".

Vale lembrar que na vitória do Corinthians por 2 x 0 contra o Palmeiras entraram e jogaram dentro do campo com uma cabeça de porco. Deram muita vitrine e ênfase para uma irregularidade e, ao mesmo tempo, desvalorizaram o espetáculo do futebol jogado
Quem foi mais importante no clássico? Yuri Alberto, Rodrigo Garro ou a cabeça do porco? Para boa parte da mídia, foi a cabeça do porco.

Lá na Arena MRV, o caso passou de torcedor de futebol para "terrorismo esportivo". Um jornalista foi atingido por uma bomba e teve contusões sérias no pé. E se fosse no rosto? Ou nos pés de um dos jogadores? Ou nas mãos de um goleiro? E se explodisse no meio da torcida, onde havia crianças deslumbradas pelo espetáculo?

Quem são os responsáveis por esse terrorismo? Não venham me dizer que entrar com bombas em um estádio é coisa de torcedor. O que a CBF e a polícia de Belo Horizonte irão fazer? O que aconteceu na Arena MRV foi crime e precisa de uma investigação policial séria. A identificação dos criminosos não deve ser apenas para bani-los para sempre dos estádios, mas também para que sejam processados criminalmente.

Quando se prepara bombas para levar a um estádio de futebol, o pensamento não é torcer para seu time, mas sim machucar, ferir e talvez até matar alguém. Esses caras são bandidos, criminosos perigosos, sem nenhuma empatia com as pessoas, porque foram preparados para explodir bombas sem ter a mínima preocupação com as consequências.

Tanto faz se iriam machucar os jogadores, os jornalistas ou outros torcedores de seus próprios times, entre eles mulheres, crianças e idosos, porque para eles o principal prazer seria explodir as bombas. Não tenho dúvidas de que essas bombas seriam explodidas mesmo que o Galo vencesse, porque ninguém faz bombas caseiras e leva para o estádio para usá-las só se seu time perder.

Enquanto a CBF se preocupa em mudar estatutos para a reeleição de seu presidente, o bicho está solto dentro dos estádios. Estão esperando o quê para agir? Voltar a morrer pessoas dentro dos estádios? Porque do lado de fora isso acontece constantemente há muito tempo.

Para começar, a triagem na entrada dos estádios precisa ser feita com rigor de verdade. Ninguém pode entrar com nada que coloque insegurança nas pessoas. É preciso aumentar o policiamento com policiais que queiram fazer seu trabalho seriamente, sem distinção entre as torcidas. Porque em todos os lugares acontece a mesma coisa: as torcidas visitantes são tratadas como animais, enquanto a da casa recebe privilégios arriscados.

Ontem, na Arena MRV, se tivesse sido a torcida do Flamengo a responsável pelas explosões, a Swat teria cercado a cidade de BH para não deixar ninguém sair, e isso aconteceria se fosse no Rio ou em qualquer outro estado com a torcida do adversário.

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Enfim, enquanto não houver rigidez na revista para entrar nos estádios e a CBF se preocupar apenas consigo mesma e com privilégios para os seus, o futebol brasileiro está caminhando para o fundo do poço, dentro e fora de campo, com a mesma violência.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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