Palmeiras precisa agir na prática e não com nota no caso Caio Paulista
Nesta terça-feira (17), começaram a ganhar força as denúncias de violência doméstica feitas por Clara Monteiro, ex-companheira do jogador Caio Paulista, do Palmeiras.
Clara escreveu uma carta aberta contando tudo sobre as agressões físicas que supostamente teria sofrido do jogador, e o UOL também teve acesso ao BO, que cita socos, sequestro e vício do atleta em traições.
Usei "supostamente" porque tudo será investigado para ser comprovado, já que o jogador nega as acusações.
Minha tendência é sempre acreditar na mulher agredida, estuprada, assediada, considerando o julgamento que ela sofrerá depois de expor a situação publicamente.
Clara, junto à carta, apresentou fotos em que aparecem hematomas espalhados pelo corpo, inclusive no rosto.
Pernas, braços e olhos apresentam contusões, deixando as áreas arroxeadas.
O que fez a Sociedade Esportiva Palmeiras? Chamou o jogador para uma reunião, questionou sobre as acusações, ele negou tudo, e o clube emitiu uma nota de repúdio contra toda e qualquer violência, afirmando que acompanhará de perto as investigações. E só.
Quem participou dessa reunião? A presidente Leila Pereira? O treinador Abel Ferreira? A ótima psicóloga Gisele Silva? O diretor Anderson Barros?
Lembro-me bem da pressão e cobrança que o presidente do São Paulo, Julio Casares, sofreu quando o jogador Pedrinho, atualmente no Santos, foi acusado da mesma maneira por sua namorada.
A direção do São Paulo afastou o jogador enquanto a situação não era esclarecida e, posteriormente, rescindiu o contrato. Posteriormente, a Justiça arquivou o processo.
Clara Monteiro registrou boletim de ocorrência contra Caio Paulista e prestou depoimento na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher. Ela forneceu mais informações para o andamento das investigações.
Caio Paulista tem todo o direito de defesa, como qualquer pessoa, mas, na minha visão, o Palmeiras deveria adotar a mesma postura que o São Paulo teve no caso de Pedrinho: afastar o jogador dos jogos e aguardar o desenrolar das investigações.
Não é possível que o jogador continue entrando em campo normalmente com uma acusação de agressão física, seja contra quem for, independentemente do gênero da vítima.
Clara Monteiro fez a acusação com provas fotográficas das agressões, e Caio Paulista terá que provar que não tem nada a ver com isso.
O desgaste emocional é grande, pois a acusação é muito séria, e as consequências, caso as agressões sejam comprovadas, são sempre bem pesadas.
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Quero receberO Palmeiras vai ficar apenas na nota e nada mais?
Desculpe, mas, em um caso desses, o clube precisa ser mais enérgico, pois trata-se de uma possível violência física contra uma mulher.
Na minha visão, a direção deveria chamar Caio Paulista e informá-lo que estarão acompanhando de perto as investigações, mas que ele deveria, neste momento, cuidar de provar sua inocência. Ainda mais porque há uma criança envolvida nessa história.
Clara Monteiro é mãe da filha mais nova de Caio Paulista, e essa exposição, mesmo que a menina ainda não compreenda totalmente o que está acontecendo, sempre altera o ambiente em que ela convive.
Quero deixar claro que tudo o que escrevi é a minha opinião, e não a do UOL.
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