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OPINIÃO

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Sou totalmente contra Jorge Jesus na seleção. Para mim, é a pior escolha

Jorge Jesus, quando comandava o Flamengo - Valter Gouveia/Getty
Jorge Jesus, quando comandava o Flamengo Imagem: Valter Gouveia/Getty

Colunista do UOL

04/02/2023 08h00

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Vou direto ao assunto: sou completamente contra uma possível contratação de Jorge Jesus pela CBF para treinar a seleção brasileira.

Primeiro, porque o ótimo trabalho que fez no Flamengo em 2019, ganhando o Campeonato Brasileiro e a Libertadores, não teve "contraprova".

Aquela equipe jogou o melhor futebol que vi nos últimos anos. Tudo funcionou, as jogadas eram fantásticas e o time era completo. Defesa sólida, laterais técnicos e ofensivos, meio-campo super criativo com Gabriel e Bruno Henrique espetaculares.

Merecia ter sido campeão mundial, mas enfrentou um Liverpool no seu melhor momento.

Mas depois de ter renovado o contrato com o Flamengo, o "Mister" deixou o time da Gávea na mão e voltou a Portugal para treinar o Benfica. Por aqui, a diretoria do Flamengo começou a bater cabeça para tentar achar alguém que desse continuidade àquele maravilhoso ano.

Primeiro veio Domenec Torrent, que não caiu nas graças dos jogadores, dos torcedores e nem da imprensa. Não durou muito.

Aí, no mesmo ano de 2020, chegou Rogério Ceni. Ele também teve muitos problemas de relacionamento com todos e, mesmo ganhando o Campeonato Brasileiro, foi demitido em 2021.

Como Renato Gaúcho estava desempregado naquele momento, ele foi contratado. Aparentemente tinha tudo para dar certo — até teve um começo espetacular —, mas depois tudo foi dando errado, incluindo péssimas entrevistas. E aí Renato também foi demitido.

Em 2022, o Flamengo foi atrás de outro treinador. Tentaram trazer o Jorge Jesus de volta. Mas ele, com muita prepotência e arrogância, ficou enrolando a diretoria, que esperou até demais para desistir e ir atrás de outro.

O time brasileiro tirou o Paulo Sousa da seleção da Polônia. Criou-se uma grande expectativa com o seu trabalho, mas ele foi muito ruim, demorando para ter uma equipe base e trocando de posição os jogadores-chave do mecanismo daquela equipe.

Sem clube na Europa por ter sido demitido do Benfica, Jorge Jesus veio para o Brasil e teve um comportamento de um cara, no mínimo, de caráter duvidoso. Colocou mais fogo na situação do compatriota Paulo Sousa e só foi embora pela péssima repercussão do seu comportamento antiético.

Nem sabemos se ele iria conseguir repetir o trabalho que havia feito em 2019, mas Jorge Jesus demonstrou não ter ética profissional.

Atualmente, o português é treinador do Fernerbahçe, que está em segundo lugar no Campeonato Turco, a 6 pontos de distância do líder Galatasaray.

O sr. Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, não pode se precipitar nessa escolha. Ele não pode avaliar um treinador só por um ótimo trabalho. Nesse pacote, precisa entrar a ética e o caráter do escolhido.

E, depois do que Jorge Jesus mostrou, se eu fosse presidente da CBF ele nem entraria na minha lista, porque demonstrou não ser confiável. Ou será que todos já esqueceram do seu péssimo comportamento com o Flamengo e com o Paulo Sousa? Foi no ano passado, em 2022.

Por isso que, na minha opinião, Jorge Jesus é a pior opção. A minha escolha continua sendo Abel Ferreira.