Santos do contra-ataque não rende de novo e tática de Jair fica em xeque
Não é segredo para ninguém que os torcedores e a diretoria do Santos não gostam de times defensivos. É comum dizer que o ataque “está no DNA” do clube. No ano passado, por exemplo, essa foi uma das maiores críticas ao técnico Levir Culpi,que acabou sendo demitido. E agora Jair Ventura vive o mesmo dilema. O empate contra o Botafogo-SP por 0 a 0, no jogo de ida das quartas do Paulista, mostrou um time tentando reagir nos contra-ataques, sem sucesso.
A estratégia, que até chegou a dar certo em alguns jogos como o clássico contra o São Paulo, falhou diante do time de Ribeirão Preto. Gabigol, no intervalo, e Vitor Bueno, após ao apito final, não esconderam que a postura escolhida não funcionou em campo. "Não é a cara do Santos", definiu o meio-campista, repetindo o discurso de boa parte da torcida.
Jair Ventura nunca priorizou o ataque, o controle de jogo e a posse de bola no único trabalho que teve como técnico até hoje. O Botafogo dele era um time que marcava bem, era reativo e tinha como ponto forte o contra-ataque. O desafio dele no Santos é mostrar que pode fazer algo diferente, mas isso ainda não aconteceu. Até agora, o treinador em geral tem apostado em uma equipe compacta, que aposta na velocidade para tentar ir às redes, o que nem sempre funciona.
A vitória contra o Nacional-URU, pela Copa Libertadores, na última quinta, deu mais tranquilidade para Jair no comando do Santos. Mas o empate e a má atuação contra o Botafogo-SP geram novas desconfianças. E o técnico sabe que está sob forte pressão.
"A cobrança no futebol é diária. Céu e inferno ficam muito perto. A gente precisa provar a cada jogo. Três vezes por semana, seu trabalho está em cheque, porque se avalia resultado, não o conjunto do trabalho. Espero ter mais vitórias do que derrotas para ficar mais tempo por aqui", declarou Jair.
Para evitar qualquer pressão, Jair precisa vencer o Botafogo-SP na quarta-feira (21), às 19h30, no jogo de volta das quartas de final do Campeonato Paulista. Qualquer empate levará a decisão para os pênaltis. Jair conta com o mando de campo e com a ausência de desfalques para conseguir ser mais ofensivo e perigoso dessa vez.
"Contaremos com todos os jogadores, não perdemos ninguém por lesão ou cartão. Esperamos não ter surpresa para ter força máxima. Convocamos a torcida, que fez uma festa linda no Pacaembu. Que faça (festa) na Vila para conseguirmos a classificação", concluiu o técnico do Santos.
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