São Paulo tenta fugir da sombra de 2017 e de "falsas desculpas"
O São Paulo tenta, mas sofre para se distanciar dos fantasmas criados em 2017. O ano ruim, com eliminações seguidas e luta contra o rebaixamento até as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, fez com que esta temporada se iniciasse cercada de desconfiança. A atuação discreta no mercado, incluindo a perda de Gustavo Scarpa para o Palmeiras, e o começo sem vitórias no Campeonato Paulista fortaleceram uma resistência que coloca em dúvida o quanto o Tricolor se mobilizou para se reconstruir em 2018.
A diretoria prega calma. Lembra que ainda há tempo para contratar e que justamente pelos erros do passado é necessário ter mais precisão na hora de buscar reforços. Também é reforçada a ideia de que existe um movimento interno para melhorar as condições de trabalho dos jogadores. As presenças de Raí e Ricardo Rocha no departamento de futebol, que ainda pode ganhar Diego Lugano, demonstram isso, mas não têm efeitos imediatos em desempenho e resultados.
A cobrança é por uma resposta mais rápida, que faz até com que o planejamento da comissão técnica oscile. Na quarta-feira passada, após a estreia contra o São Bento, Dorival Júnior assegurou que as diretrizes não seriam alteradas. Ou seja: dois times se revezando no início do Paulista. Depois do 0 a 0 com o Novorizontino, o técnico mudou o discurso e admitiu que pode abrir mão dessa ideia por uma formação mais forte já na próxima quarta, contra o Mirassol.
"A gente não está feliz. São só 14 dias de trabalho, temos muito a evoluir e nos cobramos bastante. Temos mais um jogo na quarta e com dois dias de trabalho esperamos apresentar uma melhora. A torcida quer jogo bonito, gols e vitórias. Só que não vamos conseguir um time forte em 14 dias. Tem gente ainda aprimorando a parte física, buscando a melhor forma, então é preciso tranquilidade e trabalho para crescer a cada jogo", opinou Rodrigo Caio, ainda perto do discurso inicial da comissão técnica.
Mas dentro do próprio elenco já é possível notar o desejo de uma reação que jogue para longe as sombras de 2017. Diego Souza, por exemplo, diz que é preciso jogar mais para entrar de vez no melhor ritmo de jogo. O lateral-esquerdo Edimar foi além: "É início de temporada, a gente sabe, mas não podemos ficar amarrados nessa falsa desculpa. Temos que treinar e mostrar resultados para não viver em 2018 o que vivemos em 2017".
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