Fim de jejum corintiano quase fez Cascão tomar banho em 1977
Foi por muito pouco que um dos personagens mais conhecidos dos quadrinhos não colocou fim à sua marca. Em 1977, Cascão, criado por Maurício de Sousa, prometeu tomar banho caso o Corinthians vencesse a Ponte Preta na final do Campeonato Paulista daquele ano.
O time alvinegro derrotou o rival e quebrou um jejum de quase 23 anos sem títulos. Cascão, entretanto, não cumpriu a promessa. Depois de quatro décadas, em entrevista ao UOL Esporte, Maurício de Sousa falou sobre o episódio. E mais: mostrou com exclusividade o capítulo final dessa história inédita da Turma da Mônica. Segundo o autor, Cascão iria tomar banho nas águas do Rio Tietê para, enfim, cumprir a promessa. Mas ele desistiu após perceber que iria poluir ainda mais o local.
"Cheguei à conclusão de que não haveria condição. Saí com uma jogada de que o Cascão desistiu porque ele entendeu que o caso dele era mais grave. Se ele entrasse lá, o Tietê ficaria mais sujo. Foi um gesto de desprendimento e ele resolveu desistir da ideia", brinca Maurício.
O autor ainda explica que Cascão já nasceu corintiano. O fato deu-se em 1961, quando o Corinthians já estava na fila havia sete anos. Naquele momento, ele decidiu que o personagem só tomaria banho quando o time alvinegro levantasse a taça novamente.
Mas, de acordo com Maurício, havia mais uma condição: o Rio Tietê tinha de estar limpo para que ocorresse isso. Dessa forma, Cascão "livrou-se" do banho também em 1979, quando o Corinthians voltou a bater a Ponte na final do Paulista. Por isso também, essa possibilidade está descartada no caso de vitória do Corinthians sobre a Ponte na decisão deste ano.
História de 1977 durou dois meses
A promessa de Cascão foi divulgada no jornal "Folha de S.Paulo" a dois dias da terceira final de 1977. A ideia era tomar banho no gramado do Morumbi, logo após o título corintiano - ele seria representado por uma pessoa fantasiada e receberia jatos de água.
A Federação Paulista de Futebol (FPF), entretanto, não autorizou, criando um impasse. Maurício, então, pediu sugestões aos leitores, que mandaram cartas por quase dois meses. Cogitou-se até fazer a cena em pleno Parque são Jorge.
Em dezembro, a história chegou ao fim. Ao lado dos amigos Mônica, Cebolinha e Humberto, Cascão decidiu que tomaria banho no próximo título do Corinthians.
Veja parte da história contada por Maurício de Sousa em 1977:
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