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Clássico quente vira palco de provocações e ataques contra arbitragem

Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/03/2017 18h49

Não poderia ser diferente. Depois de um clima quente ainda na pré-temporada, na Florida Cup, São Paulo e Corinthians protagonizaram um novo clássico movimentado, desta vez a valer. Em um empate por 1 a 1 – com direito a polêmicas de arbitragem -, ocorrido no Morumbi, as provocações reapareceram, e o zagueiro são-paulino Maicon tornou-se o grande protagonista.

Depois de abrir o placar no início do segundo tempo, o zagueiro balançou os braços e revoltou os jogadores presentes no banco de reservas do Corinthians. Após o jogo, negou a provocação, mas tratou de atacar o corintiano Kazim, dono de uma piada homofóbica um dia antes do duelo.

“Não é provocação de ninguém, não sou jogador de ficar provocando. Não sou igual certos babacas que ficam na internet falando gracinha aqui, gracinha ali. Nem jogar joga, mas fica querendo dar uma de playboy e de favelado”, criticou o zagueiro, que já se desentendera com Kazim na pré-temporada, nos Estados Unidos.

A atitude de Maicon incomodou a maioria dos atletas corintianos. Alguns, como o meio-campista Rodriguinho, já até aguardam uma nova oportunidade para ‘responder’ ao defensor rival.

“Futebol está ficando um pouco chato, não se pode fazer muita coisa. Fiquei sabendo agora no vestiário, não vi a cena. Tudo bem, pode; só espero que a a gente possa devolver um dia. Mas que não tenha chororô, né?”, disse o camisa 26, na zona mista após o clássico.

O ‘troco’ esperado pelo meio-campista veio por intermédio das redes sociais. O Twitter do Corinthians usou o apelido dado a Maicon para provocá-lo. O "God of Zaga" para os são-paulinos foi incorporado a Jô, autor do gol de empate e o novo "God of Clássicos". Depois, o time do Parque São Jorge ainda postou uma foto de Jô no Facebook com o texto "o homem mais procurado pelo Ibama"

A alta temperatura também atingiu a arbitragem. A atuação de Vinicius Furlan revoltou os dois lados, especialmente os corintianos. A reclamação dos são-paulinos se deu após a expulsão de Wellington Nem e o criticado período de acréscimos; até reservas invadiram o campo após o fim do jogo para questionar a decisão.

No entanto, a maior revolta veio do lado corintiano. O técnico Fábio Carille, geralmente ponderado e tranquilo em suas declarações, mudou a postura ao ser perguntado sobre a arbitragem. O motivo da revolta? O carrinho de Wellington Nem sobre Léo Jabá, no segundo tempo.

“Devo ter umas 30 partidas em que dirijo o Corinthians, desde interino, e não gosto de falar de arbitragem, mas fiz questão de ver o lance do Wellington Nem no Léo Jabá. Não dá”, reclamou.

“Já tivemos a situação do Gabriel contra o Palmeiras, em que o lance foi com o Maicon, e não falei nada. São uns erros na frente dos bandeiras e do quarto árbitro, não dá para ficar passando”, acrescentou o treinador.