Topo

Atlético-PR e Coritiba prometem tomar medidas judiciais contra FPF

Do UOL, em São Paulo

19/02/2017 21h06

O imbróglio que impediu a realização do Atletiba neste domingo (19) tem tudo para ter desdobramentos ao longo da semana. Tanto o Atlético-PR quanto o Coritiba pretendem tomar medidas judiciais e acionar a CBF sobre o posicionamento da Federação Paranaense de Futebol (FPF), que julgam arbitrária.  Alegando problemas de credenciamento, a entidade se opôs à transmissão do jogo de forma independente e exclusivamente online pelos canais dos clubes no YouTube. Os clubes se negaram a jogar sem a transmissão e a partida não aconteceu.

Jogadores dos dois times entraram em campo de mãos dadas para se despedir da torcida e voltaram ao vestiário logo depois. A torcida na Arena Baixada gritou "vergonha" e protestou contra a FPF e a Rede Globo.

“Estaremos nos reunindo, com assessorias de imprensa, diretorias e departamentos jurídicos de ambos os clubes. Tomaremos todas as medidas possíveis e imagináveis”, afirma Mário Celso Petraglia, presidente do conselho deliberativo do Atlético-PR ao canal ESPN. O discurso de indignação é reiterado pelo presidente do Coritiba, Rogério Bacellar.

“Já passamos o ocorrido para o nosso departamento jurídico e amanhã estaremos também atuando junto à CBF para externar o descontentamento do Coritiba com esta ação da Federação”, garante o dirigente alviverde. “Não pode continuar assim, os clubes vão trabalhar em conjunto para acabar com essa agonia no futebol paranaense, com esses desmandos, porque o futebol paranaense está sendo administrado de maneira arbitrária e antidesportiva”, completa.

O problema tem a ver com a transmissão da partida. Os clubes não fecharam contrato com nenhum canal de televisão para os jogos do Paranaense e tiveram a ideia de transmitir o Atletiba no Youtube e no Facebook. Na hora de a bola rolar, porém, o árbitro avisou que recebera uma ordem para não iniciar enquanto os profissionais da transmissão estivessem no campo.

A FPF alega que o Atlético-PR falhou em não fazer o credenciamento dos jornalistas, por isso mandou o jogo não começar. Os clubes marcaram posição e se negaram a jogar sem a transmissão, de modo que o clássico não foi realizado.

“Não há explicações jurídicas, nada que explique”, rebate Petraglia. “Eram profissionais contratados por Atlético e Coritiba, profissionais nossos. Mas a Federação alega que tem no regulamento – que é esdrúxulo e absurdo – que até quinta-feira o clube tem para credenciar os profissionais de imprensa para a partida. É ridículo, não tem como, ninguém vai entender”, dispara o dirigente.

Além das medidas que partem dos clubes, a expectativa é que torcedores que tenham se sentido prejudicados também busquem ser ressarcidos individualmente. “Torcedores nossos e do Coritiba que se sentirem prejudicados entrarão [na Justiça] contra a Federação, contra o presidente da federação e talvez contra uma eventual participação da Rede globo nessa possível intenção de não nos deixar fazer o jogo”, aposta Petraglia.

O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), Leandro Souza Rosa, disse neste domingo (19) que vai analisar a súmula do clássico entre Atlético-PR e Coritiba, que não aconteceu, para definir possíveis punições.

"Não há nenhuma certeza do que houve de fato. A posição da justiça desportiva é de analisar o que aconteceu, o mais rápido possível, amanhã (segunda, 20) quem sabe. Através da súmula, que é o documento oficial, mas que pode ser constituída por outros meios de prova. Tivemos vários meios de ver o que aconteceu", disse em entrevista à Rádio Transamérica Rosa, que garantiu que tem liberdade total para punir os clubes, o árbitro ou mesmo a federação.