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O que fez Deivid abandonar tática inovadora e voltar com esquema de Mano?

Marcos Vinícius é meia, mas atuará mais recuado, ao lado de Cabral, neste novo esquema - Washington Alves/Lightpress/Cruzeiro
Marcos Vinícius é meia, mas atuará mais recuado, ao lado de Cabral, neste novo esquema Imagem: Washington Alves/Lightpress/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

13/02/2016 06h00

Bastaram três jogos oficiais em 2016 para Deivid abandonar seu esquema tático neste início de carreira como treinador profissional. Para a partida contra o Tupi, neste domingo, o time mineiro já não deverá mais contar com o moderno 4-2-3-1 e voltará a ter um time parecido com aquele 4-3-3 de Mano Menezes que chamou muita atenção por causa do poder defensivo. O atual comandante não está disposto a abandonar a proposta de jogo que prioriza a posse de bola, troca de passes e movimentação, mas se viu forçado a utilizar três jogadores (não necessariamente volantes) que ajudem na marcação e evitem menos sufoco em campo.

“Não é usar três volantes, o Marcos Vinícius é um meia, o Ariel é um meia. Estou achando a melhor forma de jogar. No Cruzeiro você precisa propor o jogo, vai sempre ter de atacar, mas com equilíbrio, para não ser surpreendido como fomos contra o Tombense”, disse o treinador.

Com um jogador a mais para reforçar o meio-campo ao lado de Ariel Cabral e Henrique, a intenção de Deivid é deixar o time mais compactado e preencher mais os espaços sem deixar de atacar com qualidade, já que Marcos Vinícius possuiu características ofensivas e Sánchez Miño ajudará no municiamento de Alisson e Rafael Silva. “O que tem me incomodado foi a forma como a gente estava jogando. No 4-2-3-1, não estávamos recompondo e acabamos deixando buracos no meio. Você tem de propor o jogo, mas tem de marcar, tem que recompor. A gente não estava conseguindo marcar. Nesta formação, vamos ficar mais protegidos”, acrescentou Deivid.

Em todos os três primeiros compromissos do Cruzeiro no ano, Deivid citou que não iria abrir mão de atacar, mas alertou para a necessidade de melhorar o setor defensivo e de meio-campo, já que os espaços cedidos geraram alguns gols e lances de perigo. Em 16 jogos com Mano no ano passado, o time levou 13 gols e teve uma média de 0,81 tentos sofridos por partida, número quase igual aos 0,8 com Deivid em apenas três jogos.

“No ano passado, com o Mano, atuávamos com três volantes e ficamos 13 jogos sem perder. O Deivid mudou o esquema, a gente teve um pouco de dificuldade, mas tem que ter paciência para dar certo. Alguns jogadores podem não ter compreendido bastante o que treinador queria. Mas com três volantes de volta, estamos melhores e esperamos estar mais compactos”, comentou o zagueiro Manoel.

 “A formação do treino foi uma só, com três volantes. A gente recuou um pouco o Marcos Vinícius, e o Sánchez joga de meia um pouco mais avançado. O Deivid optou por colocar a formação que jogávamos, para nosso time ter apoio maior defensivamente e ofensivamente. A gente treina esboçando uma melhoria a cada dia. O Deivid deixa claro o que é para fazer. É uma formação que todos já treinavam, apenas eu e Sánchez que não. O resto está bem consciente do que é para fazer, então fica mais fácil uma adaptação”, disse o zagueiro Dedé, que também aprovou a mudança.