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O que o PSG fez para destruir o Barcelona? Ficar menos brasileiro

Di Maria: sua entrada no lugar de Lucas Moura deixou o PSG menos veloz, mas mais cerebral - AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON
Di Maria: sua entrada no lugar de Lucas Moura deixou o PSG menos veloz, mas mais cerebral Imagem: AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

15/02/2017 06h00

O PSG goleou o Barcelona por 4 a 0 no primeiro jogo do duelo de oitavas de final da Liga dos Campeões. Di Maria marcou duas vezes, o alemão Draxler voltou a balançar as redes para mostrar porque foi a contratação mais cara da última janela de transferências e Cavani seguiu mais artilheiro do que nunca.

Pouca gente, porém, percebeu o que aconteceu com o Paris Saint-Germain para permitir uma vitória tão contundente: com cinco brasileiros escalados regularmente como titulares, o técnico Unai Emery começou o jogo com apenas um jogador nascido por aqui. E essa foi a chave para a vitória.

Di Maria é superior a Lucas

A mudança mais óbvia foi a troca de Lucas Moura, ex-São Paulo, por Di Maria. Enquanto o brasileiro representava velocidade e ofensividade pelas pontas, o argentino entrava com toque mais refinado e uma precisão muito maior na finalização. Era o que o PSG precisava. Ele marcou com dois chutes de fora da área (um deles de falta), mas também colocou Draxler e Matuidi na cara do gol ainda no primeiro tempo.

Draxler e Di Maria comemoram gol do PSG - Michel Euler/AP - Michel Euler/AP
Draxler e Di Maria comemoram gol do PSG
Imagem: Michel Euler/AP
Di Maria, porém, não foi a troca mais determinante. Essa foi feita também no meio-campo, mas no setor defensivo. Brasileiro naturalizado italiano, Thiago Motta é o volante titular do PSG, o cara que garante estabilidade defensiva à equipe sempre que está em campo. Suspenso, ele deu lugar ao francês Rabiot. Normalmente escalado mais à frente, sua entrada deu uma dinâmica completamente nova para o time francês.

Rabiot dá mais dinâmica que T. Motta

Sempre em cima quando Iniesta ou Busquets tentavam iniciar as jogadas do Barcelona, ele aproveitou sua força e agilidade para mostrar o quanto a temporada da dupla espanhola está abaixo da média – os dois sofrem bastante com contusões desde o meio de 2016. Além disso, sua presença como volante (mais rápido e cobrindo uma área maior do que Thiago Motta) diminui a responsabilidade de marcação de Matuidi e Verratti, jogadores-chave no meio-campo do PSG.

As outras mudanças foram na defesa. No meio da zaga, Thiago Silva sentiu uma lesão e foi substituído pelo jovem francês Presnel Kimpembe. Não que o jovem de 21 anos, em sua primeira partida de Liga dos Campeões da carreira, tenha sido superior ao brasileiro, considerado um dos melhores zagueiros do mundo. Kimpembe, porém, não decepcionou, em cima de Suárez e Messi em todas as jogadas.

Na defesa, Kurzawa já bate Maxwell?

Mais marcante foi a troca na lateral esquerda. Maxwell, aos 35 anos, ainda era o preferido de Emery para os jogos grandes. O técnico, porém, apostou em Kurzawa, de 24 anos, para o jogo contra o Barcelona. Como com Di Maria, deu certo. Kurzawa, em parceria com o alemão Draxler, mostrou o tamanho da fragilidade que Sergi Roberto representa na lateral direita catalã.

O único brasileiro escalado foi Marquinhos, que jogou bem pelo direito da zaga. Lucas Moura também entrou no segundo tempo, aos 15 minutos, quando Di Maria cansou. Ele deu mais velocidade ao time, mas não fez o suficiente para recuperar sua vaga no time titular. Para o jogo da volta, no dia 8 de março, o técnico Unai Emery deve ter seu elenco completo para escalar. Será que o número de brasileiros escalados vai aumentar?

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