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Choro na Olimpíada do Rio ajudou coreano a brilhar na Liga dos Campeões

Dan Mullan/Getty Images
Imagem: Dan Mullan/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/09/2016 20h05

O Tottenham Hotspur venceu nesta terça-feira por 1 a 0 o CSKA Moscou, na Rússia, e assumiu a vice-liderança de seu grupo na Liga dos Campeões. No Campeonato Inglês, a equipe está invicta, com quatro vitórias em seis partidas, e ocupa o segundo lugar, atrás apenas do Manchester City de Pep Guardiola.

É o melhor início de temporada da equipe de Londres em 51 anos. E um dos grandes responsáveis por isso é Son Heung-Min, o autor do gol da vitória sobre o CSKA, nesta terça. Nunca ouviu falar? Ele é o coreano-sensação do futebol europeu hoje. Que só está brilhando no elenco do técnico argentino Maurício Pochettino graças a uma segunda chance.

Meia-atacante de 24 anos, ele foi a grande estrela da Coreia do Sul nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O time chegou a empatar em 3 a 3 com a vice-campeã Alemanha, ainda na primeira fase, mas parou nas quartas de final, derrotado por 1 a 0 para Honduras. Son chorou no meio do gramado do Mineirão. E foi justamente esse choro que mudou sua situação dentro do Tottenham.

Ele foi titular da seleção nas quatro partidas da Rio-2016, marcou duas vezes e relembrou a alegria de ser importante para sua equipe. Quando voltou para a Inglaterra, pediu para ser vendido. Afinal, a vida no Tottenham não vinha sendo fácil.

Comprado em 2015 por mais de R$ 100 milhões, ele sofreu contra a força do futebol inglês. O maior desafio era o físico: o coreano é alto (1,84m), mas os 79kg o faziam presa fácil na disputa contra os gigantes zagueiros dos clubes que enfrentava. Em sua primeira temporada, ele jogou 35 vezes, foi titular 19 vezes e marcou só sete gols – três deles na Europa League, longe das zagas inglesas.

O argentino Mauricio Pochettino, ex-zagueiro do tipo que intimidaria Son dentro de campo, não aceitou o pedido de seu jogador. Para ele, o problema de adaptação de Son era passageiro. O estilo de jogo do Tottenham de marcação pressão e contra-ataques favorecia o sul-coreano e sua velocidade. E uma mudança do time favoreceria o jogador: a saída de Chadli, usado pelo técnico justamente na função que ele via Son ocupando.

“A expectativa em cima dele era muito alta. Mas chegar em um novo país é complicado. Mas ele mostrou uma atitude muito positiva”, elogiou Pochettino. “Quando voltou dos Jogos Olímpicos, ele realmente pediu para sair. Mas eu não queria que ele saísse. Acho que ele entendeu os planos e mudou completamente de atitude”.

O que ninguém esperava era que o coreano desse tão certo. Em sua estreia, ele marcou duas vezes contra o Stoke, em vitória por 4 a 0. Três jogos depois, ele voltou a marcar duas vezes, agora em um 2 a 1 contra o Middlesbrough. O jogador tem sido importante principalmente com as ausências da equipe: Harry Kane, artilheiro do último Campeonato Inglês, está fora desde o início do mês, e o time ainda tem problemas com outros titulares, principalmente no meio-campo. “Ele está jogando com confiança. Quem treina com Son sabe o quanto ele se dedica e como é talentoso. Quando ele marcou duas vezes contra o Stoke, ganhou confiança e isso é o que qualquer jogador precisa”, elogiou o zagueiro Alderweireld, companheiro de clube.

“Não sei se, quando eu fui para as Olimpíadas, imaginava continuar jogando no Tottenham. Quando voltei, falei com o treinador. Eu queria jogar. Ele foi muito claro comigo. E eu sou grato por isso”, falou Son.