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Libertadores - 2019

Jardine se esquiva sobre demissão e comenta pressão: "Não sei o meu limite"

André Jardine durante a eliminação do São Paulo na Libertadores - Daniel Vorley/AGIF
André Jardine durante a eliminação do São Paulo na Libertadores Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Bruno Grossi e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

14/02/2019 01h06

O técnico André Jardine não quis falar muito sobre uma possível saída do São Paulo após o empate por 0 a 0 com o Talleres, no Morumbi, que decretou a eliminação precoce da equipe na fase preliminar da Libertadores. Em entrevista coletiva após a partida, ele disse que se sente capaz de continuar no comando do time, mas que não sabe seu próprio limite e que ainda deve discutir sua permanência com a diretoria.

"Não consegui tirar um segundo para pensar nisso (continuidade) ainda, nesse momento é assimilação do jogo. Bastante tristeza, a gente estava dentro do vestiário sofrendo, como tem que ser. E começando a pensar no que vai ser daqui para frente, nas atitudes que tem que fazer. Enfim, no dia de amanhã, com certeza a gente vai conseguir refletir melhor sobre todas as coisas, inclusive isso", afirmou o treinador.

"Eu realmente não sei dizer qual é o meu limite. O que eu sei é que quem está no futebol está sujeito, está aqui para suportar uma pressão, como é trabalhar no São Paulo. Não pensem que na base não tem pressão, tem também, a gente se cobra muito, tem muita demissão de treinador na base. O São Paulo é muito grande, a pressão, os anos que não conquista, a gente sabe de tudo isso. Todos nós aqui estamos trabalhando muito todos os dias, cooperando e acreditando que a gente vai conseguir fazer um grande ano. Enquanto eu me sentir capaz e com forças para seguir, não tenha dúvidas de que vou seguir", completou.

Com apenas dez jogos no comando do São Paulo em 2019, Jardine admite que não conseguiu ainda dar ao time o padrão desejado. Conhecido por armar na base equipes que valorizavam a posse de bola e propunham um jogo ofensivo, ele disse que se sente frustrado por não estar conseguindo repetir esses resultados no profissional.

"Sou muito consciente e autocrítico. Sendo bem sincero, é bem frustrante o que eu consegui extrair até agora do grupo, especialmente neste jogo. Eu tinha uma expectativa muito maior. Acho que atitude não faltou, garra e raça, a equipe se entregou. Mas taticamente e coletivamente foi muito abaixo, e a responsabilidade é minha. Fico muito insatisfeito com a maneira que a gente propõe o jogo. Vocês que puderam me acompanhar na base e viram meu time jogando sabem o nível de futebol que eu pratico, exijo e admiro. Eu ainda não consegui, a verdade é essa", disse Jardine.

O técnico ainda disse que o Talleres "anulou" o São Paulo no Morumbi e elogiou a equipe argentina. "O Talleres imprimiu uma marcação agressiva nos dois jogos e isso nos incomodou bastante. Em nenhum momento o nosso time conseguiu tranquilidade para jogar, botar em prática o plano que a gente tinha. Eles praticamente anularam nossas principais virtudes. A ansiedade atrapalhou também, alguns jogadores estiveram muito ansiosos e tentando resolver".

Eliminado da Libertadores, o São Paulo volta a campo no próximo domingo (17), pelo Campeonato Paulista. O adversário será o Corinthians, em clássico a ser disputado na casa do rival em Itaquera.