Blogueiros analisam: Fiasco do SPFC é falta de time e diretoria competente
O que falta para o São Paulo? A pergunta certamente vem sendo feita por muitos torcedores tricolores, especialmente após a derrota para o Talleres por 2 a 0, na noite da última quarta-feira (6), pela Copa Libertadores. Sendo assim, questionamos os blogueiros do UOL Esporte sobre a atual situação do clube do Morumbi. Veja, no vídeo (acima) e texto, as opiniões deles:
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"O São Paulo vai precisar de um milagre para conseguir reverter essa desvantagem contra o Talleres no Morumbi. Torcida empurrando, na raça, na vontade, camisa que entorta varal, porque o Jardine não teve tempo para treinar e o time não dá respostas. Então, para conseguir, vai ter que ser na força, na vontade e no peso de uma camisa tricampeã da Libertadores e Mundial. Só vejo isso. Mas acho que o São Paulo tem que pensar o que ele quer para os próximos anos. Quer resolver logo o problema de falta de títulos, ganhar o Paulista? Se não continuar na Libertadores e resolver demitir o Jardine, contrata um 'Luxemburgo da vida', um treinador que possa dar uma resposta imediata e ganhar um Paulista e pronto, resolve o problema. Mas pensando a longo prazo tem que ter um projeto, pensar direitinho, e, de repente, até o Jardine pode se encaixar num trabalho assim. O São Paulo tem que decidir o que ele quer para a vida dele para os próximos anos e não ficar com essa histeria porque não tem [ganhado] título e porque Palmeiras e Corinthians têm tido conquistas nos últimos anos."
"Ao São Paulo falta, antes de mais nada, time. Aliás, como falta à esmagadora maioria dos clubes brasileiros. O São Paulo não tem bons jogadores. O problema do São Paulo não pode ser técnico, tantos são os técnicos que passaram pelo São Paulo nos últimos tempos. Pois o problema do São Paulo também é na cabeça, e aí me lembra o Corinthians em seus tempos de jejum. O São Paulo precisa fazer terapia, de um bom trabalho de psicólogos esportivos. Antes de arrumar a cabeça, o São Paulo não vai arrumar os pés."
"O que falta ao São Paulo, no meu ponto de vista, é estabilidade. Estabilidade institucional. É um clube que entrou numa dinâmica de deixar de ser um multicampeão para não ganhar absolutamente nada, e isso acaba com que muitas decisões sejam tomadas de forma intempestiva em função do campeonato da vez, da derrota da vez. O São Paulo precisa saber o que ele quer para o futebol, o que ele quer para a sua organização dentro do futebol, o seu jeito de jogar - nas bases e no profissional - e seguir um trilho, um caminho. E se perder um campeonato, um clássico, que se dane. É importante manter-se fiel às suas convicções, ao caminho traçado. O que falta ao São Paulo é estabilidade institucional."
"Falta ao São Paulo planejamento correto. Errou ao demitir Aguirre naquele momento da temporada passada e errou ao efetivar Jardine na sequência. O clube poderia ter usado os jogos finais do ano para observar melhor o trabalho de Jardine no profissional (muito diferente de ser técnico da base ou auxiliar) e prospectar o mercado. Não há fartura de bons treinadores por aí, mas nesse momento, que precisa de resultados imediatos, o São Paulo precisa de um técnico que jogadores e torcedores acreditem, não em alguém que ninguém sabe como pode trabalhar."
"O que tem faltado para o São Paulo em 2019, ou desde a última conquista em 2012, da Copa Sul-Americana, é aquilo que sobrou para o São Paulo e para mais ninguém, ou não tanto, na história dos 12 grandes brasileiros. Se você pegar desde a fundação tricolor, lá em 1930, até hoje, é o clube que, na média, ganhou mais títulos. Fora o tamanho desses títulos: um tricampeonato da América e um tricampeonato do Mundo. Então, o torcedor do São Paulo está mal-acostumado a estar tão bem acostumado, e vive uma seca como nunca viveu de títulos paulistas desde 2005. Agora, desde o tri brasileiro em 2008, o hexa, e a Sul-Americana, o São Paulo tem caído como poucas vezes caiu na história. E outras equipes também. O São Paulo que tudo ganha ainda não ganhou a Copa do Brasil, não tem ganhado mata-mata, tem perdido para times fracos, frágeis e sem tanta história como o Talleres e não tem se achado, pelas pressões e mudança de cabeça, e dos cabeças. Você sai de um Osório para um Doriva, sai de um Aguirre para um Jardine, e não se dá consistência, não se dá tempo. O time é bom, o elenco é melhor do que o do ano passado, mas com essa mentalidade, com essa cobrança excessiva, e às vezes jogadores no momento de decidir ou muito pressionados ou nem aí com nada, o resultado é esse: muito abaixo, muito aquém da história gloriosa do São Paulo."
"Falta muita coisa ao São Paulo, a começar pelo presidente, passando pelas más escolhas de Raí, que culminaram na efetivação de André Jardine como treinador. Não era o momento. Aliás, o fato de fazer um bom trabalho na base não assegura que será eficiente entre os profissionais. E o São Paulo não é um clube em condições de fazer grandes experiências em meio ao jejum de títulos."
"No plano geral, falta ao São Paulo uma diretoria competente e que tenha a coragem de se abrir para os milhões de torcedores do time. Não pode viver fechada em 240 conselheiros, alguns folclóricos e sem conhecimento algum de gerenciamento esportivo. Seria exigir muito? Que aparecesse alguém ousado e brilhante, alguém que tivesse ao menos ideias instigantes. Como consequência dessa apatia no clube, falta muita coisa ao time: laterais, volantes e sobra jogador com pouco a oferecer."
"Falta basicamente acertar o meio-campo e deixar o time mais jovem. A melhora nesse setor teria reflexos positivos na defesa e no ataque. Na parte defensiva, os volantes precisam proteger melhor a zaga. Especialmente a lentidão de Jucilei para ajudar a marcar o ataque adversário, complicou o São Paulo contra o Talleres. A expulsão de Hudson foi o golpe final. Ofensivamente, o setor de criação no meio-campo praticamente não existiu na Argentina. Com a bola nos pés, Hernanes não dialogou com Nenê e Everton. Se eles não 'conversam', Pablo fica 'mudo'. Parte do problema pode ter como causa a utilização de muitos trintões, como Jucilei, Hernanes, Nenê e Diego Souza. Hernanes deve se consolidar como titular, mas as presenças de um volante e um meia mais jovens são necessárias para ajudá-lo a criar e a defender. O time tenderia a ficar mais rápido nas transições e as chances de tabelas triangulações aumentariam."
"Você lembra do filme 'Feitiço do Tempo'? O Bill Murray acordava sempre na mesma data, na mesma situação, passava sempre pelas mesmas cenas até se livrar da maldição. O São Paulo parece isso: Feitiço do Tempo. Perde mais uma vez para um adversário argentino, como foi nas últimas duas Copas Sul-Americanas, e os conselheiros do AeroLeco voltam dizendo que tem que mudar de técnico. Mas foram 15 mudanças nos últimos 11 anos. Não é por aqui. Você pode discutir se o São Paulo está fazendo uma reforma completa. A reforma de deixar André Jardine como técnico tem que incluir uma mudança de estilo de jogo, de jogadores. Não adianta você querer fazer um time mais rápido e de mais toque e ter o Jucilei disputando uma bola como se tivesse em uma pelada na praia como foi no lance da expulsão do Hudson. 'Estica a perninha, passou, passou, vai o Hudson, faz a falta', porque o time está lento. O time não tem velocidade, não tem transição. Se é para você mudar, tem que mudar tudo. O São Paulo parece o dono de uma casa que limpa a sala e deixa a louça empilhada na pia. Está tudo bonitinho na fachada, mas, no fundo, a reforma definitiva não está acontecendo."
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