Estadual, caso Dedé e histórico viram 'faísca' para Cruzeiro contra o Boca

Apesar da derrota por 2 a 0 na primeira partida das quartas da final da Libertadores, contra o Boca Juniors, engana-se quem pensa que o Cruzeiro chega ao confronto da volta com a cabeça baixa e receoso por uma eventual eliminação. Desde que perdeu em Buenos Aires, o clube tratou de criar um ambiente favorável para dar a volta por cima e manter vivo o sonho do tricampeonato continental. Alguns elementos como a final do Mineiro diante do Atlético-MG, o histórico de Mano Menezes em mata-mata e principalmente a expulsão de Dedé na Bombonera serviram como uma faísca para esquentar ainda mais a partida desta quinta-feira.
A começar pelo 'caso Dedé', a expulsão do zagueiro na partida de ida transformou um provável abatimento geral após a derrota em gás extra para o jogo de Belo Horizonte. Minutos após o jogo terminar, a diretoria deu o primeiro passo para tentar dar a volta por cima. Ainda na Argentina, Itair Machado anunciou que os ingressos para o jogo de volta teriam preços abaixo do esperado para uma decisão de quartas de final. Torcedores compraram bilhetes que variaram de R$ 40 a R$ 120.
"Vamos guardar nossas forças, juntar toda essa raiva que você leva agora para transformar em algo positivo para o jogo de volta. Temos chances de reverter", comentou o técnico Mano, ainda no estádio. Dias depois, o treinador abandonou a hipótese e cravou que o Cruzeiro irá se classificar no Mineirão, assim como outros atletas já haviam dito.
Uma semana após ir à Conmebol e protocolar o pedido de anulação da expulsão de Dedé, o Cruzeiro conseguiu ter seu jogador liberado para a partida da volta. Dedé recebeu a notícia dentro do ônibus a caminho do Mineirão para o jogo contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil. Em campo, sua atuação foi uma das melhores.
"O segundo gol contra o Boca, com certeza se tivesse a presença do Dedé teria um volante no rebote da área. Talvez o gol não teria acontecido. Agora a motivação é lá em cima. A gente sabe que temos um grupo forte, temos zagueiros de qualidade, mas a questão da injustiça dá uma motivação a mais para todo o grupo", comentou Leo, em entrevista ao Sportv.
No Campeonato Mineiro deste ano, a situação foi parecida. Com a derrota por 3 a 1 na ida, os jogadores aguentaram quietos as provocações dos rivais e passaram a semana concedendo entrevistas de poucas palavras. Mas o troco veio em campo. Na volta, o título foi acompanhado de muita euforia nos microfones de todos os lados, jogadores, treinador e dirigentes.
"Nosso time já mostrou poder de reação. Conseguimos a virada na final do Mineiro. Nós vamos reverter esse placar. Não tenho dúvida disso. Tenho certeza que o Mineirão estará lotado no jogo de volta e vamos classificar dentro de casa", relembrou o lateral Edílson após a partida contra o Boca.
Também pela decisão do Mineiro, a diretoria autorizou que os jogadores desembarcassem no meio da torcida, ainda do lado de fora do Mineirão. A ideia sobre uma provável repetição já foi cogitada para o duelo contra o Boca, mas ainda não é certa que aconteça.
Para finalizar, o histórico de Mano Menezes e a sintonia time/torcida é outro fator que faz o clube acreditar na reviravolta. De todos os 14 mata-matas que o Cruzeiro decidiu em casa sob o comando de Mano, em nenhum deles a equipe saiu derrotada no Mineirão. Os confrontos vão desde os duelos do estadual até decisões apertadas pela Copa do Brasil e Libertadores.
"Não é só coincidência, senão não conseguiríamos a classificação 14 vezes. É competência dos jogadores, nossa competência de encontrar os caminhos em momentos de pressão total. A grande diferença dos jogadores é o que eles fazem nos momentos mais tensos. O Cruzeiro tem um time acostumado a esses momentos, tem grandes jogadores que já passaram por isso, tem uma torcida que acredita nesse time. Isso tudo somado faz com que a gente tenha tido mais sucesso. Amanhã vamos colocar isso à prova, esperamos passar para a 15º (classificação)", disse o comandante.
CRUZEIRO x BOCA JUNIORS
Motivo: jogo de volta, quartas de final da Libertadores
Data/Hora: 04/10/2018, às 21h45 (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Andrés Cunha (URU/FIFA)
Assistentes: Nicolás Tarán (URU) e Mauricio Espinosa (URU)
CRUZEIRO: Fábio; Edilson, Leo, Dedé e Egídio; Henrique, Lucas Silva; Thiago Neves, Robinho e Arrascaeta; Barcos. Técnico: Mano Menezes.
BOCA JUNIORS: Rossi; Buffarini, Izquierdoz, Magallán e Mas; Nandéz, Barrios e Pablo Pérez; Villa, Zárate e Pavón. Técnico: Guillermo Schelotto.
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