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Mano vai atrás de jogo perfeito para não reviver trauma de 2007 com o Boca

Em 2007, Mano chegou à final com o Grêmio e perdeu para o Boca - AFP
Em 2007, Mano chegou à final com o Grêmio e perdeu para o Boca Imagem: AFP

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

03/10/2018 04h00

Tratado como especialista em mata-matas, Mano Menezes terá sua missão mais difícil da temporada. Precisando reverter uma derrota por 2 a 0, o Cruzeiro recebe o Boca Juniors por uma vaga na semifinal da Libertadores. A situação desafiadora não dá margem para erros no jogo de Belo Horizonte, ainda mais porque tanto o clube celeste como seu treinador conhecem bem a força argentina em solo brasileiro. Em 2007, Mano viveu uma situação parecida e teve o sonho de ser campeão continental adiado por Riquelme, Palermo, Palacio e companhia.

Bicampeão da Copa do Brasil e ainda na disputa pelo terceiro título, Mano não teve tanta sorte na Libertadores. Com o Corinthians, foi eliminado precocemente nas oitavas de final de 2010 pelo Flamengo. Três anos antes, teve méritos ao levar o Grêmio para a decisão, mas encarou aquele famoso Boca Juniors de Riquelme e perdeu as duas partidas da final. Na ocasião, o treinador também fez o segundo jogo diante de seu torcedor, mas os 3 a 0 sofridos na Bombonera forçaram os gaúchos a partirem para o tudo ou nada. Na volta, no antigo estádio Olímpico, nova derrota, dessa vez por 2 a 0.

"Teoricamente, fazer o segundo jogo em casa é melhor. Mas é só teoricamente mesmo. Eu já fiz jogos ruins fora de casa. Estive em uma final com o Grêmio e levamos de 3 a 0 do Boca. Depois disso, só viemos cumprir tabela", disse recentemente o treinador.

Apesar do cenário semelhante, também há algumas diferenças entre a final de 2007 e o confronto desta quinta. A começar pelo placar. Na ida, o Grêmio viu Sandro Goiano ser expulso e foi para o segundo jogo precisando reverter uma derrota por três gols de diferença. Apesar de também ter sido castigado após a expulsão de Dedé em Buenos Aires, o Cruzeiro trouxe para Belo Horizonte uma desvantagem menor.

Outra diferença são os jogadores à disposição de Mano. No Tricolor, os pilares do técnico eram nomes mais modestos, como William, Tcheco e Carlos Eduardo. Hoje, o comandante conta com referências praticamente em todos os setores, como Fábio, Dedé, Henrique, Thiago Neves e Arrascaeta.

"É preciso experiência e muito futebol. Não adianta só estratégia. Teremos que determinar o que vamos fazer do primeiro minuto até o último", acrescentou Mano.

A favor do treinador está seu histórico no Cruzeiro. No comando da equipe, Mano decidiu 14 mata-matas em casa e saiu classificado em todos eles. Por outro lado, o histórico do time contra o Boca não é dos melhores. Os mineiros, que foram eliminados pelos xeneizes em 2008, venceram o oponente pela última vez na Libertadores ainda em 1994, quando Ronaldo começava a aparecer para o mundo aos 17 anos.