Justiça indefere liminar do Atlético e Libertadores será na Vila Capanema
A Justiça do Paraná indeferiu o pedido liminar movido pelo Atlético Paranaense para que o contrato com o Coritiba pelo uso do Couto Pereira fosse confirmado a tempo de a partida contra o Santos sair no estádio coxa-branca e, com isso, o duelo brasileiro pela Libertadores será na Vila Capanema, estádio do Paraná Clube. A decisão foi proferida pela juíza Aline Koentopp na noite desta terça (27).
O Atlético já informou a decisão à Conmebol, que irá oficializar a decisão nesta quarta-feira.
Na decisão, a juíza pondera sobre a “obrigação inexequível” da parte do Coritiba, ainda que reconheça que o Atlético corre riscos de ter danos com a decisão: “não se olvida que há o perigo de dano, à medida em que o requerente possui jogo oficial agendado para o próximo dia 05 de julho, na condição de mandante, tendo cedido o seu próprio Estádio para outro evento esportivo, lastreado na existência do contrato entabulado entre as partes, que garantiria o seu mando de campo. (...) O fato é que o gramado do Estádio Major Couto Pereira se encontra em manutenção, residindo a controvérsia acerca da possibilidade de, ainda assim, ser utilizado para a realização de uma partida de futebol.”
A juíza levou em consideração a decisão da CBF em remarcar o jogo entre Coritiba x Vasco para a Vila Capanema, a pedido do Coritiba, por conta da condição do gramado: “Assim, sendo verossímil a alegação de que o gramado não possui condições de jogo, inclusive diante da manifestação da CBF, não há como se conceder a tutela de urgência pleiteada, que redundaria em obrigação inexequível”, ou seja: não há como se cumprir o contrato.
Não se sabe se o Atlético irá recorrer da decisão. O clube não se manifestou oficialmente até o final da reportagem. Via assessoria, o Coritiba se manifestou dizendo que “sempre teve consciência da condição do gramado e que essa sempre foi a grande preocupação do Coritiba”.
Relembre o caso:
Com a Arena da Baixada alugada para a Liga Mundial de Vôlei entre 4 e 8 de julho, o Atlético se viu sem estádio para mandar o jogo de ida contra o Santos, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. O clube não informava onde poderia mandar a partida, mas duas opções eram mais evidentes: o Couto Pereira, do Coritiba, e a Vila Capanema, do Paraná Clube.
Havia dois problemas. A reação da torcida do Coxa quanto ao possível aluguel e a capacidade da Vila Capanema, inferior aos 20 mil lugares exigidos pela Conmebol para esta fase.
Na última sexta, 23, as diretorias de Atlético e Coritiba chegaram a um acordo entre si e decidiram, com base em um contrato firmado em 2015, que o Couto Pereira seria alugado. O Atlético então notificou a Conmebol e o Santos da decisão – fato que consta na defesa do Coritiba enviada à Justiça, como prova da contestação do aluguel – antes mesmo que o termo fosse assinado e enviado a confederação sul-americana.
A reação de associados e da torcida do Coritiba foi negativa. Tanto nas redes sociais quanto nos telefones particulares dos dirigentes, muitas reclamações. O presidente Rogério Portugal Bacellar então decidiu não mais cumprir o acordo e o Coxa emitiu uma nota oficial ainda na sexta. Mesmo à revelia da decisão do rival, o Atlético indicou o Couto Pereira como sede para a partida e aguardou a decisão da Conmebol.
Na segunda (26) pela manhã, a diretoria de comunicação da Conmebol informou a imprensa brasileira de que o Couto Pereira estava confirmado para a partida. O Coritiba contestou a informação, argumentando que o gramado do estádio, em reformas, não teria condições de receber a partida. Em paralelo, o Atlético procurou a Justiça pedindo uma liminar para o uso do estádio, ao passo em que sondou o Paraná Clube para a possibilidade de cessão do estádio para o jogo.
O Paraná então solicitou ao Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Paraná que fizesse nova vistoria na Vila Capanema, rememorando um laudo de 2007, quando o próprio Paraná jogou as oitavas da Libertadores, contra o Libertad, do Paraguai. O laudo autorizou o contingente de pessoas, mas com ressalvas a serem feitas. A CBF irá encaminhar essa decisão para a Conmebol ainda na quarta-feira, para homologação do jogo. Nesse tempo, o Atlético contestou a defesa do Coritiba, mas a juíza Aline Koentopp considerou válidos os argumentos do Coxa. Por outro lado, a Conmebol disse que aceitaria o laudo das autoridades paranaenses, mesmo com restrições na venda de ingressos, caso a CBF corrobore com a decisão.
A ação prosseguirá na Justiça, até segunda ordem - por exemplo, se o Atlético resolver extinguir o processo. Porém, sem a liminar, não há mais tempo para que a partida se realize no Couto Pereira.
Com a decisão, Atlético x Santos deverá ter uma carga de ingressos de 16.770 por recomendação das autoridades. Com cerca de 25 mil sócios, o Atlético deve repetir o procedimento de ocasiões anteriores, em que promovia um processo de habilitações de ingressos online até que se esgotem as entradas.
O Coritiba também atuará na Vila Capanema, contra o Vasco, em decisão já homologada pela CBF. Com cerca de 21 mil sócios adimplentes, o Coxa ainda não sabe como procederá para dar acesso ao jogo para seu contingente.
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