Topo

De desacreditado a melhor brasileiro: a transformação do SP na Libertadores

Do UOL, em São Paulo

19/05/2016 08h53

Crise política, trocas de técnicos, renúncia de presidente assolado por denúncias de corrupção e derrota histórica por 6 a 1 para o maior rival. O fim de 2015 do São Paulo fez com que o time chegasse desacreditado na Copa Libertadores deste ano. Na estreia da fase de grupos, a derrota no Pacaembu para o The Strongest anunciou o fracasso. Três meses depois, o cenário aparece totalmente diferente: com a classificação diante do Atlético-MG, o clube do Morumbi chega às semifinais como o único brasileiro ainda vivo no torneio continental.

O bom momento é fruto do que aconteceu nos últimos três meses dentro do São Paulo. Hoje, o time que derrotou o Atlético-MG nas quartas de final no agregado de 180 minutos tem pouco a ver com aquele que perdeu do The Strongest em 17 de fevereiro. A começar pela escalação.

TABELINHA: PARA JULIO E PVC, BOLA PARADA E NOVA POSTURA DERAM CLASSIFICAÇÃO AO SÃO PAULO

O time da estreia na fase de grupos teve Lucão, Centurión e Alan Kardec. Três protagonistas assumiram tais vagas: Maicon, contratado por empréstimo e herói da classificação sobre o Atlético-MG; Kelvin, que assumiu como ponta direita e deu equilíbrio ao setor ofensivo; e Jonathan Calleri, que desbancou Kardec e hoje é artilheiro da Libertadores.

Para Paulo Henrique Ganso, a principal mudança está na postura do elenco dentro de campo. Algo que foi causado pela fatídica derrota para o The Strongest. "Foi um divisor de águas. A equipe se uniu e se firmou como grupo na competição”, falou o camisa 10, ao SporTV.

Novo capitão do São Paulo, o volante Hudson também cita o mesmo episódio como divisor de águas do 'novo São Paulo'. "A gente pagou muito por aquele resultado. The Strongest jogou por uma bola. A gente teve que correr atrás durante todo o campeonato para mudar nossa imagem", disse.

Hudson diz que Bauza é responsável pela evolução do SP e agradece confiança

UOL Esporte

Michel Bastos, que marcou contra o Atlético-MG na vitória por 1 a 0 no Morumbi e foi decisivo principalmente nos duelos contra o Toluca, aponta que as dificuldades vividas fortaleceram os grupo são-paulino.

"Acho que, independente da volta por cima, tem que ressaltar o grupo. Não está sendo fácil, a gente desde o começo estava desacreditado por algumas pessoas e hoje estamos provando que podemos dar a volta por cima, não sou só eu. O grupo está demonstrando outro caráter. Todo mundo querendo dar o melhor", falou Michel. 

O São Paulo agora aguarda o vencedor do confronto entre Atlético Nacional (COL ) e Rosário Central (ARG) para conhecer o adversário da semifinal – os argentinos venceram a primeira partida por 1 a 0, e o segundo jogo acontece nesta quinta-feira. Do outro lado da tabela, Boca Juniors (ARG) e Nacional (URU) brigam por outra vaga. Caso Boca e Rosario avancem nos respectivos confrontos, o regulamento da Libertadores obriga que as duas equipes do mesmo país se enfrentem. Neste caso, o São Paulo enfrentará o vencedor de Pumas (MEX) e Independiente Del Valle (ECU).