Foi ruim, mas foi bom. Como ser eliminado do Gauchão pode ajudar o Grêmio
Aos dois minutos do segundo tempo, o 2 a 0 construído pelo Grêmio que levaria a decisão de vaga na final do Gauchão virou 2 a 1. Roberson, cria da base tricolor, fez o gol do Juventude. Não adiantou nem o terceiro, que saiu em seguida. A vitória simbolizou eliminação. Mas nem tudo são lamentações. É possível ver o 'copo meio cheio' e sair fora do Estadual antes da final pode ajudar a equipe.
A eliminação para o Juventude evitou que a maratona de jogos tivesse sequência. O desgaste provocado por jogar na terça, quinta e domingo em série provocou a preservação de alguns jogadores e a queda de rendimento dos outros. Tudo contribuiu para o infortúnio regional.
O Grêmio admite que sua escolha talvez não tenha sido a melhor de utilizar time misto diante do Juventude em Caxias do Sul e titulares quando já classificado diante do Toluca, em Porto Alegre. De qualquer forma, agora não terá porque perder qualquer atleta para o desgaste.
E não é apenas o problema físico. Entre os jogos das oitavas de final contra o Rosario Central estariam dois clássicos contra o Inter. O duelo mais tradicional de Porto Alegre seria de alto risco. Isso porque em jogo estaria a chance do Colorado ser hexacampeão, ou pior, ser o primeiro time a erguer uma taça na Arena. Com a queda, o time vermelho ainda pode atingir a marca histórica, mas não dará volta olímpica no estádio tricolor.
Jogar contra o Internacional simbolizaria um desgaste psicológico muito grande que poderia influenciar dentro de campo diante dos argentinos. Por este ângulo, cair no Gauchão também foi bom.
Em campo, o clássico é marcado por jogadas ríspidas. No do primeiro turno, Miller Bolaños fraturou o rosto em dois lugares e ficou dois meses afastado dos campos. Algo deste gênero poderia ocorrer novamente e atrapalhar na Libertadores - eleito projeto principal.
O Grêmio, ainda, não perdeu tanta moral pois foi eliminado jogando bem e 'amassando' o adversário. Não se classificou por detalhes e tal situação em nada abalou o projeto da diretoria. Sendo assim, ganhou espaço no calendário, evitou problemas físicos e psicológicos e poderá focar na competição mais importante.
É óbvio que o objetivo era ser campeão. Mas uma vez eliminado, o Tricolor, internamente, não entende a queda como de todo ruim. Prefere analisar pontos que podem ser positivos na saída precoce do Estadual.
O tempo para descanso ainda não vem agora. Nesta quarta-feira há o primeiro jogo contra o Rosario, na Arena, às 21h45 (horário de Brasília). Mas depois, até a volta serão dias de treinamento e muita concentração para não deixar que um tropeço gere outro.
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