UOL Esporte Libertadores
 
25/06/2009 - 00h39

Elicarlos, do Cruzeiro, acusa atacante Maxi López de racismo

Do UOL Esporte
Em Belo Horizonte
Após a vitória do Cruzeiro por 3 a 1 sobre o Grêmio, nesta quarta-feira, no Mineirão, pela semifinal da Copa Libertadores, o volante do time mineiro Elicarlos acusou o atacante argentino da equipe gaúcha, Maxi López, de ter cometido ofensas racistas durante a partida. Em consequência da acusação, policiais civis e militares cercaram o ônibus da delegação gremista, com o objetivo de tomar o depoimento do jogador do clube gaúcho. Isso foi feito ainda no Mineirão e, por volta de 1h50, o jogador deixou a delegacia sem dar declarações.

CRUZEIRO SAI EM VANTAGEM
EFE
No primeiro duelo dos técnicos Adilson Batista e Paulo Autuori, personagens marcantes na história de Cruzeiro e Grêmio, o treinador cruzeirense saiu na frente. Em jogo em que o árbitro se machucou e teve se ser substituído, o time mineiro venceu a equipe gaúcha por 3 a 1, nesta quarta-feira, no Mineirão, na partida de ida das semifinais da Copa Libertadores.

Com o resultado, o Cruzeiro obteve vantagem importante para chegar à final da competição. No jogo de volta, na quinta-feira 2 de julho, em Porto Alegre, o time mineiro poderá perder por 1 a 0 ou por dois gols de diferença, desde que marque dois ou mais gols na casa do adversário.
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Elicarlos alega que Maxi López o chamou de "macaco". "Fui atrasar o jogo do time do Grêmio, o atacante Maxi López me chamou de macaco, eu e o Wagner partimos para cima dele. Ele falou isso para mim", relatou o jogador do Cruzeiro.

Elicarlos, que foi substituído pelo lateral-direito Jancarlos, ao final do segundo tempo, falou ainda com o jogo em andamento que iria dar queixa. "Sem dúvida, vou chegar na polícia ali, vou falar para eles", afirmou.

Ao fim do jogo, Elicarlos se dirigiu à Delegacia da Polícia Civil localizada no estádio. Acompanhado do diretor de comunicação do Cruzeiro, Guilherme Mendes, o jogador foi orientado a não falar com a imprensa novamente.

Após a queixa prestada por Elicarlos, a Polícia esteve no vestiário do Grêmio em busca do jogador do Tricolor gaúcho, que já havia se dirigido ao ônibus. Policiais foram atrás do atacante gremista, que já estava dentro do ônibus.

Houve um impasse, já que o jogador estava se recusando a deixar o veículo. Policiais entraram no interior do veículo. Os portões do Mineirão foram fechados para evitar a saída, com o jogador dentro. A diretoria do clube gaúcho insistia para que o depoimento não fosse prestado na delegacia do Mineirão e sim no hotel onde a delegada está hospedada.

Maxi Lópes, ao ser levado para o ônibus pelos dirigentes gremistas, disse aos repórteres, que "Não houve nada". "Ele - Elicarlos - está querendo criar polêmica", afirmou. Em meio a enorme confusão, o presidente Duda Kroeff procurou defender Maxi, dizendo que "deve ter sido um mal entendido, confusão de idiomas, pois o Maxi é uma das pessoas mais educadas que conheço".

Depois de muito tempo de negociação, toda a delegação do Grêmio deixou o ônibus, com o técnico Paulo Autuori à frente para acompanhar Maxi Lópes em direção à delegacia do estádio. Um corredor foi formado para possibilitar a passagem dos jogadores, em meio aos jornalistas. O atleta acusado foi o último a deixar o ônibus e, dessa vez, não deu nenhuma declaração.

Além de Maxi Lópes, Elicarlos também compareceu à delegacia do Mineirão, acompanhado pelo supervisor Benecy Queiróz e por Guilherme Mendes. Os depoimentos foram ouvidos pela delegada de plantão, Roseli Baeta Neves. Todos os jogadores do Grêmio e também o técnico Paulo Autuori compareceram para prestar solidariedade.

O nervosismo era grande e as informações desencontradas. Inicialmente, houve a informação que o técnico Paulo Autuori havia mandado informar à imprensa que havia sido preso por "desacato à autoridade". Essa informação, no entanto, não foi confirmada oficialmente pela polícia civil mineira.

De acordo com Elicarlos, a ofensa teria acontecido no primeiro tempo. O armador do Cruzeiro, Wagner, trocou empurrões com Maxi López, mas nenhum jogador foi advertido pelo árbitro chileno Henrique Osses, que estava de costas para o lance. O meia cruzeirense gesticulo muito em direção ao atleta adversário e fazendo o sinal negativo, com o dedo.

Caso anterior

Não é a primeira vez que um jogador argentino é acusado de praticar racismo em uma partida de futebol no Brasil. Em jogo disputado pela Libertadores de 2005, o atacante Grafite, que defendia o São Paulo à época, acusou o zagueiro Desábato, atualmente no Estudiantes, outro semifinalista do torneio 2009 e que atuava pelo Quilmes. O zagueiro argentino foi preso ainda no Morumbi e ficou detido por dois dias em São Paulo. Algum tempo depois Grafite retirou a acusação.

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