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Grêmio tem pior campanha da história no Gaúcho e apressa volta de titulares

O lateral Leonardo durante lance no jogo entre São José-RS e Grêmio pelo Gaúcho - Lucas Uebel/Gremio FBPA
O lateral Leonardo durante lance no jogo entre São José-RS e Grêmio pelo Gaúcho Imagem: Lucas Uebel/Gremio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/01/2018 04h00

O planejamento do Grêmio para o início de 2018 colocou o time de transição, formado por meninos das categorias de base e contratações recentes, para iniciar o Gauchão. Sem definir data, falava-se em retorno dos titulares em cinco a sete jogos, talvez até o início da Recopa. Serão quatro. Tudo porque o time comandado pelo técnico Cesar Bueno deixou o Tricolor com a pior campanha de sua história no Gauchão.

Desde 1960, quando o campeonato deixou de ser regionalizado, o Grêmio jamais tinha conquistado apenas um ponto em quatro rodadas. O mais perto que chegou disso foi em 2003, quando conquistou apenas dois pontos na mesma quantia de jogos, empatando com Juventude e Caxias. Naquela época, um grupo com a dupla Gre-Nal e a dupla Caju estava de um lado do Estadual, com outras 14 equipes estavam em outra chave. Turno e returno, passavam dois de cada chave para semifinais e final. Inter e Juventude, São Gabriel e XV de Novembro foram os classificados. O Inter sagrou-se campeão.

Neste ano, a fórmula até ajuda o Tricolor. Com um ponto em quatro rodadas, todas do time de transição, o Grêmio é penúltimo na classificação. Tem o mesmo número de pontos do Novo Hamburgo, mas está na frente por conta do saldo de gols (-5 contra -7). Como 12 dos oito times passam para a próxima fase, o Grêmio está apenas três atrás do último na linha de avanço, o Cruzeiro-RS.

O recorde negativo também chama atenção pela fragilidade defensiva. O Grêmio é a pior defesa do campeonato com 11 gols sofridos. Média de quase três por partida. Nove deles ocorridos no segundo tempo dos jogos.

Tantos números negativos obrigaram a direção a sepultar qualquer plano de manter a equipe representando as cores do clube no Gauchão. De toda forma, a avaliação é positiva, nas palavras do comando.

"Era um risco que sabíamos que corríamos. Tivemos de retardar o principal e expor estes meninos num campeonato tão difícil... Temos de tomar muito cuidado porque o grupo tem qualidade e estão sendo preparados para o grupo principal. Não podemos pular etapas e eles apareceram, jogaram, viram a cobrança que é estar numa competição assim pelo Grêmio. Temos de seguir dando todo suporte a eles e à comissão técnica. Ainda tem muito Gauchão pela frente e não podemos mais perder pontos", disse o executivo André Zanotta.

A queda do time de transição foi uma quebra de expectativa. Depois de fazer bons jogos no ano passado - quase venceu o Atlético-MG titular na última rodada, por exemplo - a equipe recebeu elogios e confiança. Jogadores promissores como Patrick, Jean Pyerre, Pepê, Rodrigo Ancheta, Dionathã e Lucas Poletto estavam valorizados, mas alguns deles mal jogaram. Poletto, que renovou recentemente contrato, esteve em campo uma vez só, o mesmo para Dionathã e Patrick. Antevendo o problema da inexperiência, Bruno Grassi abriu mão de parte das férias para jogar. O mesmo fez o lateral direito Léo Gomes. Não adiantou nem o acréscimo dos contratados Madson, Paulo Miranda e Alisson. 

Fato é que, gostando ou não do rendimento, o time de transição não irá mais atuar no Gauchão. No próximo sábado, diante do Cruzeiro-RS, na Arena, já serão Luan, Geromel, Kannemann e companhia que defenderão a camisa azul, branca e preta.