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Carioca - 2019

Ligação histórica e ponta de mágoa. Abel é personagem central em Fla-Flu

Agora no Flamengo, Abel Braga é cobrado por resultados em razão do elenco milionário - Gustavo Tessaro/Flamengo
Agora no Flamengo, Abel Braga é cobrado por resultados em razão do elenco milionário Imagem: Gustavo Tessaro/Flamengo

Leo Burlá e Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/02/2019 04h00

A semifinal da Taça Guanabara entre Flamengo e Fluminense, sábado (9), às 19h (de Brasília), no Maracanã, terá o agora técnico rubro-negro Abel Braga no centro das atenções. Seja pela cobrança por resultados no comando de um elenco milionário ou pela ligação histórica com o Tricolor das Laranjeiras, o fato é que o Fla-Flu será diferente para Abelão.

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Comandar o principal rival do clube anterior, principalmente por deixá-lo recentemente, traz à tona aspectos relevantes da história do profissional. Até hoje, por exemplo, a saída de Abel Braga das Laranjeiras não foi bem digerida por alguns dirigentes tricolores.

De volta ao Flu em 2017, o experiente treinador escreveu um novo capítulo com as cores do clube até junho de 2018. Exausto com os seguidos atrasos de salários, insatisfeito com a falta de opções para montar a equipe e sem paciência com a crise política, o técnico sucumbiu e pediu o boné.

O presidente Pedro Abad ainda entrou em ação, tentou mudar a cabeça de Abel, mas não houve jeito. Tão logo o apresentou como técnico do Fluminense, o dirigente disse que Abelão ficaria até o fim do mandato. Só o tempo poderia comprovar se a palavra seria mantida, mas o fato é que a cúpula não tinha planos para mudar o comando.

A saída deixou intacta a admiração do mandatário pelo agora rubro-negro, mas também uma pontinha de mágoa. Apesar do carinho existente, Abad ficou sentido com o pedido de demissão. Causou também certo desconforto algumas declarações de Abel quando deixou as Laranjeiras, especialmente no momento em que reclamou das contrações realizadas só quando o trabalho já estava a cargo de Marcelo Oliveira.

"Tive uma mágoa. Quando saí, não tinha jogador. Agora que saí, contrataram seis. Eu adoro o Abad, é meu amigo, mas falei que sairia. E aí contratou (Junior) Dutra, Luciano, Everaldo, Cabezas, Digão e Paulo Ricardo. Mas isso é passado", lamentou Abel em entrevista à Espn.

Seja de um lado ou de outro, Abel será bastante observado no Fla-Flu. Se a história está intimamente ligada ao Fluminense, o momento é de dar resultados no comando do Flamengo. Ele sabe que a pressão será considerável se o trabalho não emplacar e vive a expectativa de escrever o seu nome em importantes páginas rubro-negras. A sorte está lançada.