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Prefeitura de Volta Redonda recua e confirma semifinal entre Fla e Vasco

O estádio Raulino de Oliveira será o palco de Flamengo x Vasco, no sábado de Carnaval - Júlio César Guimarães/UOL
O estádio Raulino de Oliveira será o palco de Flamengo x Vasco, no sábado de Carnaval Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/02/2017 19h02

A prefeitura de Volta Redonda recuou e garantiu a realização do clássico entre Flamengo e Vasco, sábado (25), às 17h (de Brasília), no estádio Raulino de Oliveira. A partida - válida pela semifinal da Taça Guanabara - dependia das garantias de segurança (Polícia Militar) e operacionais (Ferj - Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) para que fosse autorizada pela administração municipal.

Menos de uma hora depois de divulgar uma nota na qual afirmava não ter condições de receber a partida, o prefeito Samuca Silva tomou conhecimento das medidas debatidas em audiência realizada nesta quarta-feira (22) no Fórum Central do Rio de Janeiro. Ele conversou com o presidente da Ferj, Rubens Lopes, e autorizou a semifinal.

"Fomos pegos de surpresa, mas recebemos a informação de que virá um contingente policial da capital, além do contingente daqui. É preciso ter responsabilidade e atenção com o torcedor. Não tínhamos a garantia da segurança no começo. Mas isso mudou. Estou aqui para ser parceiro de Flamengo e Vasco. Acho que as forças de segurança estarão atentas", disse à ESPN.

Mais cedo, o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, suspendeu provisoriamente a decisão que determinava clássicos com torcida única no Rio de Janeiro. O encontro contou com a presença de representantes dos quatro grandes clubes, do Ministério Público, da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), da Polícia Militar e do Procurador-Geral do Estado, Leonardo Espindola.

Os clubes pediram uma espécie de voto de confiança contra a medida da torcida única e firmaram pacto de colaboração pela paz nos estádios. Por conta do Carnaval, o Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) e a PM não garantiram a segurança para o Engenhão e solicitaram a transferência para Volta Redonda.

O Ministério Público do Rio de Janeiro havia pedido que todos os clássicos do estado fossem disputados com torcida única. A solicitação partiu depois da morte do botafoguense Diego Silva dos Santos, de 28 anos, assassinado com golpes de espeto de churrasco antes do último Flamengo e Botafogo, realizado em 12 de fevereiro, no Engenhão.

Desde o início, os clubes se posicionaram contra o pedido e o aval do juiz. Flamengo e Vasco se uniram nos bastidores e se recusaram a jogar a semifinal da Taça Guanabara com torcida única. Foi aí que o movimento para o pedido de reconsideração tomou corpo e contou com a adesão da Ferj, além dos demais clubes. Em paralelo, correm tentativas de cassação da liminar deferida.

Apesar de tudo, a transferência para Volta Redonda não agradou ao presidente do Vasco, Eurico Miranda, que detonou a Polícia Militar e tirou a responsabilidade do Cruzmaltino no clássico.

"A liminar foi suspensa de forma provisória, mas o Vasco se isenta sobre isso. A polícia diz que não pode dar segurança. Está clara a falência da segurança pública. Estou descontente com a constatação de que a PM não tem condição de dar segurança em uma partida de futebol. Abstrai qualquer problema de violência externa. Isso precisa ser tratado. Quando a polícia vem e diz que não tem condição de dar segurança porque tem carnaval, futebol de praia... Por isso que andamos assim no Rio, sem relógio. O Vasco se isenta disso", afirmou.

Com o panorama resolvido - mesmo que momentaneamente e depois de muita confusão - Flamengo e Vasco têm uma responsabilidade considerável nas mãos e mais um compromisso decisivo pela frente na histórica rivalidade.