Funcionário de restaurante dá título da Copa Kaiser ao Leões da Geolândia

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

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Em um time fundado em uma padaria, ninguém estranha quando o herói do título ganha a vida trabalhando na dispensa de um restaurante. Neste domingo, o baiano João Capetinha, de 24 anos, mostrou que podia, muito bem, estar brilhando em um time profissional. Com velocidade fora do comum, inclusive para o futebol profissional, ele foi o grande destaque no título do Leões da Geolândia, da Vila Medeiros, que venceu o Família 100 Valor, do Jardim Panamericano, por 2 a 0 na final da Copa Kaiser de futebol amador.

O torneio é considerado a principal competição do futebol de várzea paulistano e é uma das mais importantes do país. Com duas divisões e seletivas de acesso, a Copa Kaiser movimentou, entre 2012 e 2013, mais de mil times de São Paulo na mesma categoria. Como comparação, o Peladão de Manaus, considerado o maior campeonato de futebol amador do país, tem cerca de 800 times inscritos em diferentes categorias.

Foi nesse universo gigantesco em que Capetinha entrou para o imaginário do futebol de várzea de São Paulo. Ele foi o artilheiro do time na competição e já tinha sido importantíssimo na semifinal, contra o Danúbio, da Freguesia do Ó. Mas nada comparável ao que fez neste domingo, com o campo do Nacional lotado para a decisão do torneio.

Ele usou sua velocidade para infernizar a defesa do Família 100 Valor, do Jardim Panamericano. No segundo tempo, em dois contra-ataques que puxou, conseguiu amarelar dois rivais. O primeiro foi o lateral esquerdo Róbson. O segundo, o zagueiro Rodolfo (que só parou o atacante com um abraço). O gol que marcou, porém, não dependeu muito da rapidez.

O meia Bruno fez um belo passe da esquerda, Capetinha driblou o zagueiro e chutou no canto do goleiro Dida. "Era um jogo  de contra-ataque. A ideia era usar a nossa rapidez e aproveitar para quando eles cansassem", contou o jogador, que é estoquista em restaurante italiano em um shopping da zona sul da cidade.

O segundo gol foi parecido, mas Capetinha já não estava em campo. Mazinho recebeu na esquerda, entrou livre na área e chutou sobre o goleirão Dida, que já estava jogando no sacrifício. Sem reserva inscrito, ele jogou com uma lesão no ombro. Além disso, nos últimos dez minutos ainda estava mancando, com uma lesão muscular.

O título do Leões da Geolândia chega em um ano em que o clube se rendeu às superstições. No melhor estilo Zagallo, apostou no número 13 para ter sucesso na temporada. A numeração, durante todo o torneio, foi bizarra. O goleiro Thiago, por exemplo, joga com o número 13. A dupla de zaga, Sullivan e Rodolfo, tinham nas costas 138 e 131. O meio-campista Reginaldo era o 3113.

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