UOL Esporte Brasileirão - Série C
 
Edgvar Vaz/Divulgação

Após rebaixamento, jogadores do Juventude receberam folga nesta terça

22/09/2010 - 07h05

Na Série D, Juventude evita desespero após nova queda e já projeta retomada

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

É setembro e o Esporte Clube Juventude está em férias. Bola rolando no Alfredo Jaconi só no ano que vem, quando a equipe começa a disputar o Gauchão e se preparar para a Série D, nova realidade para quem viveu 13 anos na elite e conquistou uma Copa do Brasil. Milton Scola, presidente do clube, tenta não fazer terra arrasada: reclama da tabela, da arbitragem, mas admite que o Juventude não soube lidar com a pressão. E projeta a retomada em 2011: “Não muda muito, só um ano a mais”.

  • Divulgação/Juventude

    'Talvez a obrigação de subir tenha nos complicado', avalia o presidente do Juventude, Milton Scola

A reportagem do UOL Esporte conversou com o presidente do Juventude dois dias depois do rebaixamento da equipe para a Série D do Campeonato Brasileiro. No domingo, a equipe de Caxias do Sul empatou com o Criciúma em Santa Catarina e acabou caindo mais uma vez, somente três anos após a última participação na Série A.

“Credito a queda ao futebol mesmo e à competição que jogamos. Era muito curta, apenas oito jogos. Os times eram muito parelhos e nós entramos muito pressionados”, lamenta Milton Scola.

Presidente que levou o Juventude ao título da Copa do Brasil em 1999, Scola voltou ao clube no início deste ano, priorizando o pagamento das dívidas acumuladas nos últimos anos. Os investimentos no futebol foram reduzidos e o Juventude apostou em um grupo jovem, assim como o técnico Osmar Loss, 34 anos, que acabou sendo substituído por Beto Almeida em meio à Série C.

A pressão para um retorno rápido teria sido o primeiro problema do Juventude. “Talvez nossa obrigação de subir tenha nos complicado. Por termos tido um passado recente vitorioso, nossa obrigação era maior que a dos outros”, comenta Scola.

Críticas à tabela

Contra Criciúma, Chapecoense, Brasil de Pelotas e Caxias, o Juventude só foi conseguir uma vitória na penúltima rodada da competição. Em oito jogos, foram cinco empates, duas derrotas e uma vitória. “São apenas oito jogos que definem a vida de um clube como o Juventude”, lamenta o presidente do Juventude.

JUVENTUDE NA SÉRIE C

Juventude 1 x 1 Criciúma
Juventude 0 x 0 Caxias
Brasil 0 x 0 Juventude
Chapecoense 2 x 0 Juventude
Juventude 0 x 1 Brasil
Caxias 2 x 2 Juventude
Juventude 2 x 1 Chapecoense
Criciúma 1 x 1 Juventude

Milton Scola critica o formato da Série C, com quatro grupos de cinco times e apenas oito partidas. Ele defende uma competição mais longa, para que os clubes possam ter um calendário de jogos melhor. “A CBF apronta essas coisas para a gente. O que nossa torcida vai fazer agora? Vai ter que migrar para outro esporte, virar cinéfila, ir pescar”, diz, irritado.

Ainda sobram críticas para a arbitragem de Vinícius Costa da Costa no clássico contra o Caxias do dia 29 de agosto. O Juventude ganhava por 2 a 0, mas acabou sofrendo o empate aos 50 minutos do segundo tempo. “Aquilo ali nos rebaixou. Se nós tivéssemos dois pontos a mais e eles [o Caxias] um a menos, eles estariam rebaixados. Nosso rebaixamento pode ser creditado ao Vinicius Costa da Costa, meu grande amigo”, ironiza.

Nesta terça, a direção do Juventude decidiu dar férias de 30 dias para os jogadores e para a comissão técnica. Eles se reapresentam em outubro, quando começam a preparação para o Campeonato Gaúcho do ano que vem. “Vamos nos preparar para chegar muito bem no Campeonato Gaúcho. Agora, virou obrigação”, afirma Scola. Jogadores com salários mais altos devem ser emprestados e o clube deve reformular o grupo para o ano que vem.

Mesmo na crise, o apoio da torcida cresceu. O Juventude foi de seis mil para dez mil sócios num ano em que, além de ser rebaixado, só venceu três partidas em toda a temporada. Na última partida pela Série C, centenas de torcedores viajaram a Criciúma e aplaudiram a equipe, rebaixada. Sem fazer terra arrasada com a queda para a Série D, o presidente do clube crê em retomada no ano que vem. “Temos que trilhar um caminho mais difícil. Mas a competição é mais ou menos a mesma coisa, os times não mudam muito. Nós aprendemos a jogar, é um inferno”, finaliza.
 

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