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Grêmio acumula gols sofridos no início dos jogos e irrita Renato

Grêmio levou gol no início dos jogos contra Bahia e Palmeiras, pelo Brasileirão - Lucas Uebel/Grêmio
Grêmio levou gol no início dos jogos contra Bahia e Palmeiras, pelo Brasileirão Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

17/10/2018 04h00

Um alarme está tocando alto na Arena do Grêmio. Depois das partidas contra Bahia e Palmeiras, Renato Gaúcho demonstrou irritação com os gols sofridos pelo seu time. A dor de cabeça do treinador está em um fato comum nos jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro: o tempo em que os adversários conseguiram marcar. Sempre no início dos jogos, tanto contra a formação titular quanto contra os reservas.

A bronca pública foi em tom normal, mas internamente o treinador cobrou o elenco.

Contra o Bahia, a derrota parcial chegou aos três minutos. Contra o Palmeiras, Deyverson fez aos oito da etapa inicial. Em ambos os jogos, o Grêmio ainda levou outros gols. Em casa, conseguiu arrancar empate. No Pacaembu, perdeu com reservas por 2 a 0.

Os gols relâmpago ferem uma ordem que se tornou básica no vestiário do Grêmio nos últimos dois anos: atenção plena no jogo. Concentração extrema antes mesmo de a bola rolar. Essa mentalidade é citada pelos atletas como um dos alicerces para bom desempenho em jogos mata-mata, na Libertadores e Copa do Brasil.

"Tenho conversado bastante com o grupo sobre isso, sobre os gols no início das partidas. Digo que já é difícil fazer gol e quando leva, dá moral e precisa fazer dois. Aí as coisas se complicam. Nos últimos jogos, levamos no começo", afirmou Renato, no último domingo.

Na visão da comissão técnica, ao levar um gol nos primeiros minutos de jogo o Grêmio é forçado a sair de seu padrão. A desvantagem transforma a partida e obriga a equipe a acelerar tomadas de decisão, precipitando jogadas e causando uma espécie de efeito dominó.

"A principal dificuldade (contra o Bahia, em Porto Alegre) foi tomar um gol no começo do jogo. Eu mostrei bastante no vídeo a jogada deles, o Léo manda bola com força, baixa. Forte. Infelizmente levamos o gol, e com isso dificulta um pouco mais as coisas", citou Portaluppi, após empate em 2 a 2 com o time baiano.

Se a linha de corte for ampliada, a partida de volta contra o Estudiantes, pelas oitavas de final da Libertadores, também pode entrar na conta. Naquela partida, o time gaúcho cedeu o empate segundos depois de abrir o placar com Everton. Alisson, nos acréscimos da etapa final, fez e levou a disputa para os pênaltis. Ali também faltou concentração ao Grêmio na avaliação interna.

O alarme soa alto por esses dias de olho nas partidas contra o River Plate, pela semifinal da Libertadores. O torneio tem gol qualificado, mas ainda assim a meta do Grêmio é tentar evitar desvantagem no início para fugir de um cenário com maior pressão do fator local.

Antes de visitar o River Plate, na próxima terça-feira, o Grêmio joga contra o América-MG pelo Campeonato Brasileiro. A partida em Belo Horizonte, no sábado, deve ser disputada por um time todo reserva.