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Tudo perfeito? Felipão ainda quer melhorar o Palmeiras no Brasileirão

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Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

15/10/2018 04h00

Líder do Campeonato Brasileiro há três rodadas e invicto há 14, abrindo vantagem para rivais que já brigaram com mais força pelo título e ainda semifinalista da Copa Libertadores da América. Esse é o momento atual do Palmeiras, dirigido por Luiz Felipe Scolari. Mas não pense que o técnico veja o Verdão no auge. Ele quer mais e isso passa diretamente pela posse de bola.

Felipão não tem nenhum problema em dizer que seu time é muito mais vertical e direto do que o Grêmio, por exemplo. Os gaúchos fizeram jogo duro com o Palmeiras no último domingo, trocando passes pelo meio que deixaram o treinador preocupado. Ainda assim, os alviverdes foram mais letais e venceram por 2 a 0 no Pacaembu, em retrato que tem se repetido nos últimos jogos do Brasileirão.

Além do Grêmio, o Verdão teve menos posse de bola contra Cruzeiro e São Paulo. Justamente as vitórias que deixaram a equipe na liderança da Série A. Contra gremistas e são-paulinos, a vantagem adversária foi de 60% a 40%, enquanto diante dos mineiros a estatística ficou em 55% a 45%. Se voltarmos mais um jogo, na Ilha do Retiro contra o Sport, a posse ficou empatada, mas com os pernambucanos trocando mais passes.

"Podemos melhorar mais o trabalho de bola, que normalmente fazemos nos treinos para ter uma evolução maior, uma situação de mais tranquilidade, ainda mais quando estamos ganhando o jogo. Dentro das possibilidades, queremos trabalhar mais a bola, é uma das coisas que a gente pretende", avisou Felipão logo após o triunfo sobre o Grêmio.

O curioso é que o Palmeiras passou todo o primeiro semestre apegado a um jogo de mais posse e controlador, sob o comando de Roger Machado. Mas que falhava exatamente na hora de manter resultados e se tornou lento e previsível aos poucos.

Na partida do último domingo, o Verdão mostrou mais uma vez uma faceta mais agressiva e direta, adquirida com Felipão. Ao mesmo tempo, quando Deyverson já havia marcado duas vezes, os jogadores entenderam que era preciso ter mais calma e ficar mais com a bola. Que só assim o Grêmio ficaria longe da área de Fernando Prass.

Um lance explica bem esse movimento que partiu dos atletas. Após roubada de bola na intermediária defensiva, Bruno Henrique viu Hyoran disparar pela direita e tinha totais condições de arriscar um lançamento em profundidade. A torcida se animou e começou a gritar desesperada pelo passe. Mas o capitão reduziu a velocidade, segurou a bola e esperou o time se organizar ofensivamente para trabalhar a bola. As arquibancadas, que em um primeiro momento não aprovaram a decisão, passaram a gritar "olé" com o toque de bola palmeirense.