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Paraná dispensa metade da comissão técnica por dificuldades financeiras

Claudinei Oliveira segue no comando do Paraná, mas perdeu quatro auxiliares - Geraldo Bubniak/Paraná Clube
Claudinei Oliveira segue no comando do Paraná, mas perdeu quatro auxiliares Imagem: Geraldo Bubniak/Paraná Clube

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

18/09/2018 13h18

Último colocado na Série A 2018, o Paraná Clube iniciou uma série de mudanças em sua estrutura de futebol nessa semana, a começar pela demissão do então gerente de futebol Rodrigo Pastana, após a derrota para o Grêmio em Porto Alegre no último sábado. Nesta terça-feira (18), o presidente Leonardo de Oliveira anunciou a dispensa de outros quatro profissionais, todos ligados à comissão técnica, por razões financeiras.

Foram demitidos o auxiliar técnico Ademir Fesan, o auxiliar de preparador de goleiros Felipe Jorge, o preparador físico Gustavo Araújo e o fisioterapeuta Alexandre Leite. Seguem no clube o técnico Claudinei Oliveira, o preparador de goleiros Marco Tedeschi e o auxiliar técnico Luciano Gusso.

Em entrevista coletiva, Oliveira explicou as mudanças. “Se tornou insustentável, nós não tínhamos mais como conviver com isso. Sabíamos das dificuldades que teríamos que conviver esse ano. Tínhamos grandes limitações em relação aos nossos concorrentes. Mas reconhecemos que a campanha precisava ser melhor do que vinha acontecendo. E nesse ponto a mudança se fez necessária.”

Ele atribuiu as mudanças na comissão técnica à dificuldades no caixa. “A questão é estritamente financeira. Precisamos criar novas situações no departamento de futebol e sempre que uma receita precisa ser realocada, ela precisa sair de algum lugar”, declarou, sem no entanto “jogar a toalha”: “Fizemos o que o futebol está acostumado a fazer. Esperamos que o nosso elenco entenda isso.”

Ruptura com Pastana foi amigável

Oliveira tratou especificamente da saída de Pastana, de quem era muito próximo ao longo dessa gestão. “O Rodrigo Pastana foi um dirigente que enquanto esteve aqui contribuiu muito, a profissionalização foi muito benéfica para nós e trouxe muitos bons resultados. Mas infelizmente os resultados acabaram fazendo com que essa situação ficasse insustentável e no futebol é assim que funciona. A gente não consegue mudar uma cultura em tão pouco tempo.”

Com dificuldades de caixa, Oliveira não escondeu que o Paraná aproveitou os recursos da Série A, após 10 anos, para investir em estrutura e não necessariamente em um grande time. “Num clube você não pode pensar por temporada. Se nós pensássemos exclusivamente por temporada, esse ano talvez teríamos investido mais talvez do que investimos e, se o resultado não viesse, teríamos dificuldades para o ano que vem.”

Sobre as cobranças da torcida, o presidente declarou: “Chegou o momento de pagar a conta. É pra isso que eu estou aqui. O torcedor que nos elegeu nunca foi enganado. Sempre soube que a nossa proposta era reconstruir o clube e começar a pagar a conta que alguns não pagaram. É isso que a gente tem feito e que vai continuar fazendo.” No próximo dia 25, Oliveira será aclamado presidente por mais uma gestão, sem necessidade de bate-chapa nas eleições do clube.

Sem assumir que o clube já pensa na Série B 2019, Oliveira ainda disse que o sacrifício facilitará as administrações futuras, mas que os resultados de campo são incontroláveis. “Essa é uma garantia que não pode se dar no futebol. Qualquer pessoa que afirmar isso para qualquer clube, está mentindo. Agora, que nós criamos condições, dentro desse planejamento, para que o clube tenha uma continuidade garantida, aconteceu. Que teremos menos dificuldades do que quando entramos, é possível afirmar. Se vai subir, se vai permanecer, não se pode afirmar. O trabalho que vem sendo feito é para a continuidade do clube.”