Mentor de torcida única no Atlético-PR pede fim da medida em prol do Santos
O advogado Rodrigo Gama Monteiro, que assina várias ações judiciais do Atlético Paranaense, entrou com um pedido pelo cancelamento, em caráter liminar, da decisão conjunta entre Ministério Público do Paraná e o Furacão de que não haja espaço destinado para torcedores visitantes na Arena da Baixada – entenda o caso clicando aqui. A ação se junta a um pedido de torcedores do Peixe para que possam acompanhar com camisas santistas e em espaço reservado a partida desta quinta-feira (31), às 21h, entre os dois clubes, em Curitiba.
Monteiro assinou no dia 8 de maio um manifesto, em papel timbrado do Atlético, apoiando a decisão e fundamentando tópicos para que ela fosse colocada em prática no jogo contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil. A partida foi realizada nos moldes propostos, mas torcedores da Raposa conseguiram “driblar” a segurança e se fizeram presentes na vitória mineira por 2 a 1.
Agora, contratado pelo Santos, o mesmo advogado pede o cancelamento da medida em caráter liminar, em petição datada de 29 de maio. No pedido, exige que o Atlético, citado como Réu, permita aos torcedores visitantes que tenham um espaço reservado e possam comprar ingressos em bilheteria separada. Argumenta itens citados do direito do consumidor e do direito constitucional, em contradição com o acordo assinado com o MP, em que reduzia a decisão à um caráter de “ensaio” e restringia – em seu entender inicial – a decisão ao caráter desportivo.
Monteiro confirmou o pedido e a saída do Atlético para se juntar ao quadro jurídico do Santos. Apesar de contraditório, o pedido não é considerado ilegal ou antiético de acordo com o código de conduta da OAB, consultado pela reportagem. Monteiro disse ainda que "não participou da elaboração da peça" que foi assinada por ele e ainda por outras duas advogadas: "Foi um erro, infelizmente isso aconteceu".
Monteiro ainda ressaltou ao UOL Esporte que agiu de maneira profissional. "Enquanto advogado do Atlético, minhas convicções sempre foram no sentido de defender a vontade e os anseios da Instituição. Hoje estou em outro clube e como profissional que sou, assim serei, em todos os meus atos. Quanto essa medida do Santos em relação a torcida única, em nenhum momento, reitero, participei da ação. Meu nome foi aposto na peça por mero equívoco, já que faço parte hoje do corpo jurídico interno do Santos. Pedi para não me envolver no caso, já que havia atuado pelo Atlético em situação parecida e não me sentia a vontade para atuar neste momento. Infelizmente aconteceu de meu nome estar na peça, mas não atuei nem direta e nem indiretamente."
Recentemente, em entrevista ao Blog do Julio Gomes, o presidente do Conselho Deliberativo atleticano Mario Celso Petraglia afirmou que a torcida única era uma decisão “que veio pra ficar” e que não temia críticas ou retaliações. “Não, não temo. Falem mal, mas falem de mim.” A medida gera polêmica em Curitiba e foi adotada pelo Paraná Clube no dérbi com o Furacão no último domingo, o que não evitou conflitos entre torcedores (até do mesmo time) pela cidade.
Procurado pela reportagem, o promotor Maximiliano Deliberador, que propôs a medida e discutiu os itens em conjunto com Rodrigo Gama Monteiro e outros três advogados, afirmou que tinha acabado de tomar conhecimento das medidas e iria se manifestar mais tarde. O UOL Esporte também buscou por representantes de Atlético e Santos, mas não obteve sucesso até a publicação inicial desta reportagem.
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