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Palmeiras distribui gols e sobe. No Corinthians em queda, só dupla salva

Sobe e desce: Dudu fez 3 gols nos últimos 3 jogos; Rodriguinho está zerado no returno - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Sobe e desce: Dudu fez 3 gols nos últimos 3 jogos; Rodriguinho está zerado no returno Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Diego Salgado e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

25/10/2017 04h00

Ao lado do Santos, o Palmeiras se colocou como o principal perseguidor ao líder Corinthians nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Embalado por três vitórias consecutivas sob o comando do técnico Alberto Valentim, o time alviverde cresceu muito pela produção ofensiva e o jogo coletivo, que fez os gols serem melhor distribuídos. É o efeito contrário ao do arquirrival, que depende de lampejos individuais para se sustentar na ponta.

Melhor ataque da segunda parte do campeonato junto com o Botafogo, o Palmeiras dividiu os seus 18 gols entre 11 atletas diferentes. No Corinthians, em contrapartida, apenas Jô e Clayson fizeram os oito gols marcados no returno, marca que deixa o líder como o terceiro pior neste quesito na reta final da competição.

De acordo com o Footstats, este "time inteiro" de goleadores coloca o Palmeiras como o líder do segundo turno na divisão dos gols. Já o Corinthians ocupa o lado oposto da tabela neste item. Na fase mais aguda do campeonato, o time de Alberto Valentim se consolida ofensivamente enquanto o de Fábio Carille depende cada vez mais do centroavante (Jô) e do principal reserva (Clayson) para superar as defesas adversárias.

Jadson gol Corinthians - Daniel Vorley/AGIF - Daniel Vorley/AGIF
Jadson, autor de quatro gols no 1º turno, não balança as redes desde julho
Imagem: Daniel Vorley/AGIF

Nomes como Jadson (quatro gols no Brasileiro), Rodriguinho (três) e Romero (dois), fundamentais no primeiro turno histórico, perderam o "faro goleador". O camisa 10 não marca desde o dérbi contra o Palmeiras, ocorrido em julho. Rodriguinho não balança as redes desde a 19ª rodada, enquanto o jejum do paraguaio é ainda maior: quatro meses.

Enquanto apenas Jô e Clayson se salvam neste returno pelo lado corintiano, o Palmeiras contou com a artilharia de titulares importantes como Willian, Jean, Dudu e Moisés; coadjuvantes em ascensão como Bruno Henrique, Keno e Egídio; e reservas do porte de Alejandro Guerra, Deyverson e Hyoran. Até Miguel Borja, maior investimento na temporada [R$ 35 milhões], desencantou no returno após 120 dias de jejum.

Esta eficiência ofensiva maior já colocou o Palmeiras como dono do melhor ataque do Campeonato Brasileiro. O time alviverde terminou a primeira metade da Série A com quatro gols a menos do que o arquirrival (32 a 28). Hoje, restando oito rodadas, o atual campeão nacional possui 46 gols e lidera o quesito - o Corinthians é o terceiro com 40, ao lado do Flamengo.

Borja Palmeiras  - Ale Cabral/AGIF - Ale Cabral/AGIF
Borja quebrou um longo jejum ao anotar um gol contra a Ponte Preta
Imagem: Ale Cabral/AGIF

O setor ofensivo do Palmeiras cresceu especialmente após a promoção de Alberto Valentim. Neste curto período de três jogos, o atual campeão reduziu em oito pontos a desvantagem em relação ao arquirrival. São oito gols marcados em dez dias e um trabalho de bola muito mais cuidadoso. Pelo menos esta é a análise do meio-campista Moisés, que recentemente também defendeu a efetivação do comandante para 2018.

"Ele tem nos passado muita confiança e trabalhado muito a posse de bola, sempre fazendo dois ou três toques rápidos. Está todo mundo movimentando e aparecendo bem, assimilando muito bem [as ideias e conceitos do treinador]. Ele tem méritos nesta nossa campanha a partir do jogo contra o Atlético-GO", destacou o camisa 10 palmeirense.

O Palmeiras prima pela melhora ofensiva e o Corinthians faz uma autocrítica neste momento de pressão. Se Moisés considera o trabalho recente imposto por Valentim como importante, Rodriguinho vê a falta de eficiência no ataque como a grande responsável pela queda vertiginosa do time de Fábio Carille no segundo turno - é apenas o 16º no returno.

"Falta efetividade. Esta é a palavra! A gente não está jogando mal, está jogando bem. Estamos criando a oportunidade de gol, mas não estamos fazendo. Hoje [segunda-feira], ainda tomamos dois gols de bola parada", analisou o jogador ao Sportv, na saída de campo após a derrota por 2 a 1 para o Botafogo, que derrubou a vantagem para seis pontos em relação a Palmeiras e Santos.