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Erros individuais e recorde de pênaltis: o "imaturo" São Paulo de 2017

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo (SP)

19/10/2017 04h00

O São Paulo não consegue engrenar. No Campeonato Brasileiro, só ganhou dois jogos consecutivos em uma oportunidade, da segunda para a terceira rodada. E essa irregularidade pode ser atribuída a uma falta de maturidade, como definiu o capitão Hernanes após o último revés do time. Os 3 a 1 para o Fluminense no Maracanã foram o reflexo da realidade tricolor em toda a temporada.

A jogada do primeiro gol, marcado por Henrique Dourado, resume boa parte dos problemas recorrentes dos são-paulinos. Descuido e toque de mão infantil de Júnior Tavares na área, naquele que pode ser considerado o 25º gol sofrido por erros individuais em 2017 - o time levou 73 em 55 jogos. O vacilo do lateral-esquerdo rendeu ainda o 11º pênalti cometido pelo Tricolor na temporada.

Só no Brasileirão são nove, um recorde na competição. Apenas em duas ocasiões os rivais não balançaram as redes nas cobranças: Jean, do Palmeiras, chutou para fora e Sassá, do Cruzeiro, na trave.

As falhas individuais perseguem o São Paulo desde o primeiro jogo oficial do ano, a derrota por 4 a 2 para o Osasco Audax, na rodada inaugural do Campeonato Paulista. Ali, o primeiro gol contou com erros de passe ou de decisão de Buffarini, Maicon e Douglas. Equívocos do tipo aconteceram ainda em jogos contra Ponte Preta (duas vezes), Mirassol, Novorizontino, Santo André, PSTC, Palmeiras (duas vezes), ABC, Corinthians, Defensa y Justicia, Atlético-MG (duas vezes), Cruzeiro e Atlético-PR.

O problema é crônico e afetou Rogério Ceni como afeta Dorival Júnior, seja com recuos ou passes errados, furadas ou decisões equivocadas na hora de marcar.

O segundo gol do Fluminense na última quarta-feira, marcado por Sornoza, divide opiniões. O tento surge de lance em que Rodrigo Caio saiu para disputar pelo alto com Gustavo Scarpa, pediu falta, mas foi ignorado pela arbitragem. Houve quem apontasse vacilo do zagueiro diante de um adversário de menor porte físico e de costas, mas também houve quem apontasse falta do meia do Flu, como fizeram os atletas e Dorival.

Essa inconsistência defensiva, que carrega junto das falhas individuais os erros táticos e de posicionamento, é outro problema que nenhum dos técnicos conseguiu resolver. Com Dorival, em 17 partidas, foram 28 gols sofridos, resultando em média de 1,64 por jogo. Com Ceni, foram 45 tentos levados em 37 atuações, gerando média de 1,2 por confronto. Considerando somente o Brasileirão, o rendimento com o Mito teve 11 gols sofridos em 11 rodadas.