Doença capilar e risco de doping travam carreira de corintiano há 45 dias
O Corinthians venceu o Bahia na última quinta-feira e, pela oitava partida consecutiva, Marciel acompanhou o jogo fora da lista de relacionados. Uma doença capilar chamada alopecia areata, e o consequente risco de doping, são os responsáveis por travar a carreira do volante e lateral corintiano há 45 dias.
Segundo o Corinthians, para tratar a doença Marciel ingeriu medicamentos que são proibidos pela Wada, a Agência Mundial Antidoping. Diante da situação, a comissão técnica do clube não teve mais condições de relacionar o jogador de 22 anos pelo Campeonato Brasileiro, sob o risco dele ser pego e ter de cumprir uma punição. Além disso, o caso também trava uma possível transferência do jovem (ver mais abaixo).
Assim que identificou o problema, o Corinthians comunicou à CBF e pediu que o caso fosse analisado pela comissão de dopagem da entidade e pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, a ABCD, para saber se o medicamento de fato implicaria Marciel.
Ao UOL Esporte, tanto a CBF quanto a ABCD informaram que já passaram posições ao Corinthians em relação ao caso. Por uma questão ética, regulamentada por lei, não forneceram detalhes. Depois da publicação da reportagem, o Corinthians salientou que ainda aguardava por uma resolução final da ABCD, que estuda o caso e deve fornecer essa posição até o dia 6 de julho.
Em casos como do volante, é possível solicitar uma isenção de uso terapêutico. Porém, segundo informou o clube por meio de nota, a questão segue indefinida pelo departamento médico - inicialmente, Marciel se consultou com uma médica particular. Enquanto isso, o volante treina normalmente, mas sem poder jogar.
Ocasionada por estresse emocional, a doença capilar provocou queda de cabelos em Marciel nos últimos meses. O jogador, então, resolveu raspar a cabeça de vez e adotar um visual careca. Nas atividades diárias, porém, está quase sempre com um gorro.
Problema impede negociação com Marciel
De acordo com apuração do UOL Esporte, pelo menos duas equipes procuraram por um empréstimo de Marciel nos últimos dias: o Figueirense e o Paraná Clube, mas a ambos o Corinthians manifestou que não poderia dar sequência em razão da questão capilar.
Embora tenha decidido que seria conservadora quanto a empréstimos durante a janela de transferências, a direção do Corinthians avalia que os riscos de perder os jovens Maycon e Guilherme Arana, durante o Campeonato Brasileiro, são muito baixos. Como Marciel é reserva de ambos e hoje está atrás de Camacho e Moisés na hierarquia, uma saída por empréstimo passou a ser cogitada.
Há mais tempo, no início do Campeonato Brasileiro, o Atlético-GO também fez procura pelo volante corintiano, mas foi avisado que o risco de perder Maycon e Arana para o exterior impediriam um empréstimo naquele momento.
Jogador tem ganhado pontos com a comissão técnica
Destaque do Corinthians no título da Copa São Paulo de 2015, Marciel teve duas temporadas inicialmente complicadas e instáveis nos profissionais. Sob o comando de Tite, estreou no Campeonato Brasileiro daquele ano com gol no Fluminense e titularidade contra o Palmeiras, mas logo perdeu espaço. A análise da comissão à época é que o volante ainda era imaturo taticamente e precisava de maior rodagem, além de uma nova postura profissional.
Em janeiro do ano seguinte, Tite e o então gerente de futebol Edu Gaspar idealizaram um negócio alvo de bastante resistência entre torcedores: uma troca de Marciel por Willians com o Cruzeiro. Os mineiros devolveram o jogador durante o empréstimo, enquanto Willians acabou afastado na reta final do ano. De volta ao Parque São Jorge, o jovem se reapresentou com excesso de peso e fracassou em oportunidade que recebeu de Fábio Carille, então interino, em jogo contra o Botafogo.
O ano de 2017, porém, apresentou um novo cenário. Marciel, em posição que também atuava nas divisões de base, deu resposta muito positiva na pré-temporada. Como lateral esquerdo, agradou a comissão técnica e também demonstrou, em treinamentos, que havia evoluído para brigar por espaço.
Os titulares, porém, jogaram tão bem que não ofereceram oportunidades a ele, com só quatro participações oficiais até aqui. A direção, mesmo assim, reconheceu o valor do atleta ao estender seu vínculo até o fim de 2020.
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