Vaiado, Marquinhos explica polêmica do Catarinense e critica entrevista
Marquinhos foi um dos protagonistas da partida desta segunda-feira entre Chapecoense e Avaí pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Ao longo de todo o primeiro tempo, o veterano meia da equipe de Florianópolis foi alvo de vaias na Arena Condá, que se intensificaram na substituição do jogador na etapa final.
O motivo, porém, remonta ao começo do mês. No dia 7 de maio, a Chape conquistou o título do Campeonato Catarinense diante do próprio Avaí. No final do jogo, Marquinhos se desentendeu com Moisés Ribeiro e deu início a um empurra-empurra entre jogadores dos dois times. Ao fim da partida, em entrevista à rádio CBN/Diário, o camisa 10 afirmou que era a hora de “parar de achar que a Chapecoense é coitadinha”.
“Tem que parar de achar que a Chapecoense é coitadinha. Coitadinhas são as famílias que perderam seus entes queridos. O time está forte”, disse. “No final, eles quiseram bater no Romulo, e assim que acabou (o jogo), foram abraçá-lo. Aqui não tem moleque; quem apanha nunca esquece”, acrescentou.
Passados 22 dias, Marquinhos voltou a encontrar a Chapecoense. Vaiado na Arena Condá, o meia deu entrevista ao canal de TV por assinatura SporTV após a derrota por 2 a 0. E, em tom de desabafo, citou seu respeito ao clube de Chapecó e ao elenco dirigido pelo técnico Vagner Mancini.
Em seu desabafo, Marquinhos disse ter cumprimentado Mancini durante o Campeonato Catarinense por “aceitar o projeto que ele aceitou, (que) não é para qualquer um”. Além disso, disse que a Chape faturou o título estadual “por merecimento” e criticou a edição feita da entrevista na ocasião.
“Quando eu falo para ‘parar com pena’, é o seguinte: quando aconteceu a confusão, ninguém (da imprensa) falou da confusão. Meu jogador (Romulo) foi agredido. Se foi muito ou pouco, teve um empurra-empurra”, disse Marquinhos.
“Tudo que eles (Chapecoense) fizeram… Eles mereceram o título. Pelos resultados que tiveram, pela reconstrução. Eu falei que tinha muitos amigos aqui dentro que eu perdi. Tinha o vice-presidente, o Cleber Santana, muitos amigos que eu perdi”, acrescentou, indo além e voltando a citar a entrevista.
“Eu fiquei muito triste, porque o cara pegou a entrevista e só deu um pedaço, um trecho da entrevista. As pessoas têm que ver a entrevista total e ver o contexto da entrevista. Não pegar apenas ‘ah, o Marquinhos falou isso’”, emendou.
Mais adiante, o meia deixou a rivalidade de lado e citou seu respeito à cidade de Chapecó.
“Eu vivi dentro de Chapecó. Eu sou de Santa Catarina, sou de Florianópolis. Desde os seis anos, eu vinha para Chapecó com a minha mãe – vinha de ônibus, vinha de carro, vinha de kombi. Esse povo aqui merece respeito. Me vaiar ou não vaiar? Isso faz parte”, disse, reforçando as críticas da entrevista.
“Hoje eu estou defendendo as cores do Avaí e tenho orgulho disso, já falei. Só que o repórter não pode fazer isso - pegar uma entrevista de cinco minutos e falar uma frase que o Marquinhos falou isso, ‘coitadinha da Chapecoense’, levando para outro lado. Sendo que hoje (29 de maio) faz seis meses que a gente perdeu vários amigos (na tragédia de 29 de novembro), diretores. Essa cidade está machucada. Mas quando eu falo isso porque teve uma confusão e meu jogador foi agredido… Morreu (o assunto), acabou, pagina virada”, afirmou.
“Ele pega essa entrevista e fala um pequeno trecho da entrevista. Isso aí… Eu sei da minha consciência, eu sei o que eu represento no meu clube, o que eu faço durante todos os anos da minha carreira. Minha carreira é muito vitoriosa, só joguei em time grande. Tenho muito orgulho de defender as cores do Avaí – não sei se por mais um ano, mais dois anos. Mas enquanto eu tiver força, tiver vontade, vou lutar até o fim para permanecer com esse time na Série A. Só queria dar esse detalhe porque ele pega uma entrevista de cinco minutos, pega uma frase, e denigre a imagem de um jogador que é muito vitorioso e é respeitado por todos”, finalizou.
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