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São Paulo deixou a posse de bola com o Palmeiras e deu certo

Do UOL, em São Paulo

28/05/2017 04h00

A mudança de estratégia do São Paulo na vitória contra o Palmeiras foi marcante: o time recuou, entregou a posse de bola para o adversário e se concentrou em marcar atrás da linha da bola. Deu certo. O Verdão não conseguiu jogar e foi derrotado por 2 a 0 no Estádio do Morumbi.

Duas estatísticas evidenciam essa mudança: o São Paulo, que costuma ter mais posse de bola que os adversários, ficou com média de apenas 42% dessa vez. O Palmeiras teve 58% e trocou muito mais passes que o Tricolor: 546 contra 295. Mas a maioria desses toques foi inútil, apenas entre defensores palmeirenses, que não conseguiram levar o time para o ataque.

Na temporada, a estratégia de ter mais posse de bola não estava dando certo no São Paulo. Basta lembrar que, contra o Defensa y Justicia, no Morumbi, o time teve 65% de posse de bola e trocou 505 passes, mas acabou eliminado da Copa Sul-Americana. Em outra eliminação, contra o Corinthians, no jogo de ida da semifinal do Campeonato Paulista, o filme se repetiu: o São Paulo teve 62% de posse de bola no Morumbi, trocou 558 passes, mas perdeu por 2 a 0.

Os jogadores elogiaram a nova estratégia de Rogério Ceni. Cícero inclusive comemorou a mudança: "desde o começo do ano a gente fez um jogo envolvente e não ficava feliz. Dessa vez a gente deu a bola para o adversário e quem saiu feliz fomos nós".

O técnico revelou uma curiosidade sobre a estratégia: disse que treinou o São Paulo inspirado no técnico adversário, Cuca, com quem ele trabalhou em 2005. E elogiou como o time soube se manter mais recuado que o normal:

"O que mais me chamou a atenção é que a maneira como treinei essa semana, aprendi com o Cuca, como ele montava a equipe, de trás para frente. Soubemos nos defender com pressão média e baixa e empurrar eles quando preciso. Soubemos ficar atrás da linha da bola".

Porém, todo esse sucesso não significa que Ceni vai usar sempre essa estratégia: "depende da equipe que a gente vai enfrentar. Do adversário". O importante para ele é que o São Paulo ganhou uma variação tática para alguns jogos importantes no futuro.