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"Efeito Ásia" faz reforço do Corinthians quase sumir da equipe por 3 meses

Fellipe Bastos gesticula em atividade no Corinthians: poucas oportunidades  - Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians
Fellipe Bastos gesticula em atividade no Corinthians: poucas oportunidades Imagem: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

26/05/2017 04h00

Nas oito primeiras partidas oficiais do ano, seis chances como titular e outra a partir do banco de reservas. Nos 19 jogos seguintes, duas oportunidades que, somadas, representam 19 minutos. Diferentemente da maioria dos reforços do Corinthians no ano, Fellipe Bastos ainda não conseguiu deslanchar e, ao menos nos últimos três meses, saiu de cena.

Jogador de bastante personalidade, sempre muito ativo no vestiário e uma aposta também da comissão técnica, Bastos, 27 anos, foi submetido a um trabalho especial quanto à parte física. A ideia era repetir um processo feito com Anderson Martins, em 2014, e Vagner Love, em 2015, que também chegaram do futebol asiático e sentiram a diferença da velocidade e da intensidade das ações no futebol brasileiro.

Segundo o preparador físico Walmir Cruz, o processo já chegou ao fim e durou 45 dias. Hoje, assim como ocorre com grande parte do elenco, Fellipe faz um trabalho específico programado pela comissão técnica.

"Quando ele chegou, precisava de uma adaptação melhor, sobre a nossa metodologia de trabalho de força, que é feito com todos os atletas. Trabalhamos com ele, mas o Maycon entrou bem no time e encaixou no esquema", explicou Walmir.

"Ele está treinando normalmente e em boas condições físicas, só faltando, lógico, o ritmo de jogo. A partir do momento que for necessária a entrada dele, ele vai corresponder tranquilamente", frisou o preparador físico.

Fellipe Bastos, que atuava nos Emirados Árabes, inicialmente fez com que Fábio Carille imaginasse que ele estaria um nível acima. As boas apresentações na pré-temporada, em especial diante do São Paulo na Flórida Cup, encorajaram o treinador a optar por ele no início do ano como titular.

Foi quando a sequência de jogos trouxe uma conclusão diferente, de que Fellipe ainda precisava encontrar o melhor ritmo. Considerado uma dos piores atuações corintianas do ano, o empate com o Brusque-SC, pela Copa do Brasil, marcou a saída dele da equipe.

"É difícil, ele jogava uma vez por semana lá e depois passou um tempo. Aqui começou a jogar duas. Acarretou um acúmulo de carga. Com certeza ele deve ter sentido. Tiramos para dar continuidade ao trabalho", afirmou Walmir.

Quase três meses depois, a conclusão é que Fellipe Bastos já está perto do estágio desejado e que agradou Carille em passagens por Vasco, Grêmio e Ponte Preta. Com base em treinamentos e correções, um dos pontos apontados para Fellipe evoluir é a rapidez do jogo, para distribuir a bola com maior agilidade e aproveitar o que o volante tem de melhor: os passes longos, a força e a finalização de média distância.

Hoje, porém, a competição cresceu no setor, com o jovem Maycon como titular absoluto e ainda Camacho, homem de confiança de Carille, como reserva imediato. Dessa forma, o treinador passa até a imaginar uma segunda possibilidade para Fellipe Bastos: atuar na função mais defensiva do meio-campo, justamente onde hoje Gabriel é titular e Paulo Roberto a reposição.

Com a sequência de partidas de Brasileirão e Copa Sul-Americana, há a expectativa que Fellipe Bastos, que tem contrato até o fim de 2019, possa justificar a aposta em seu futebol. E assim, referendar o trabalho feito com a comissão técnica e repetir Anderson Martins e Vagner Love, que cresceram de produção após questionamentos iniciais e terminaram as respectivas temporadas em alta no Parque São Jorge.