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Jogo simples e liderança: Lugano mostrou como pode ser útil ao São Paulo

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

23/05/2017 11h00

Um abraço em Rogério Ceni foi o último de Diego Lugano em uma semana na qual fez muito mais do que defender o São Paulo na vitória por 2 a 0 diante do Avaí. A atuação do zagueiro, ao mesmo tempo segura e meio desajeitada, com direito a faltas, chutões e duas famosas “engrossadas”, foi o último capitulo em uma sequência na qual o uruguaio, de diferentes formas, indicou como ainda pode ser útil ao clube.

No auge da pressão em cima do São Paulo e do técnico Rogério Ceni, Lugano foi um dos que tentou reunir o elenco em torno do comandante. O zagueiro deu entrevista, mesmo sem jogar desde março passado, e ainda passou horas conversando com jornalistas na quinta-feira – os assuntos foram vários, mas pouco se falou de Ceni ou crise no dia.

Dentro de campo no Morumbi nesta segunda, Lugano mostrou claramente que é um zagueiro menos técnico do que os companheiros: tentou 12 bola longas, dentre elas chutões; Rodrigo Caio tentou só duas. Fez quatro faltas, algumas intencionais diante da velocidade dos adversários, e, em dois momentos, foi forçado a chutar a bola para fora para corrigir erros de domínio.

O São Paulo, entretanto, saiu com os três pontos, e sem sofrer gols. Com o uruguaio em campo, aliás, o time de Rogério Ceni não perdeu nenhuma vez: são quatro vitórias e três empates, embora o zagueiro não tenha atuado em nenhum clássico, e tenha enfrentado apenas duas equipes de Série A: Avaí e Ponte Preta.

Com a faixa de capitão, Lugano esperou na porta do vestiário a entrada de todos os jogadores, comemorando com cada um a vitória, que deve dar uma tranquilidade, ainda que momentânea, a todos.

O desempenho dentro de campo ainda não foi suficiente para a renovação de seu contrato, que termina em junho deste ano. “Acho que Lugano é um cara muito importante para a instituição. Não é um jogador que possa fazer essa sequencia de sete jogos em um mês, ele se condiciona muito bem mas precisa o tempo passa para todos. É um cara que agrega muito ao clube, mas essa é uma questão administrativa. É um exercicio que há de ser feito através de custo benefício. Só tenho elogios a ele, e demonstro respeito com a faixa de capitão nos seis ou sete jogos como titular na temporada”, avaliou Rogério Ceni.

O São Paulo volta a campo no sábado, em clássico diante do Palmeiras, no Morumbi. Com uma vitória, espanta de vez a crise e transforma o mau momento em um bom início de Brasileiro. Se isso não acontecer e o clima voltar a esquentar, pode, ao menos, contar com Lugano.