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Fla lucra quase R$ 1,6 milhão e encontra modelo para Maracanã

A torcida do Flamengo lotou o Maracanã na volta do time ao palco preferido - Rodrigo Coca / Flamengo
A torcida do Flamengo lotou o Maracanã na volta do time ao palco preferido Imagem: Rodrigo Coca / Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/10/2016 06h00

A volta do Flamengo ao Maracanã só não foi perfeita em razão do empate por 2 a 2 com o Corinthians e o aumento da diferença para o líder Palmeiras no Campeonato Brasileiro (67 a 61 pontos). No aspecto econômico e nas pretensões de entrar na disputa para administrar o estádio, o clube encontrou o modelo para operar jogos e obter lucro.

De acordo com o boletim financeiro da partida disponibilizado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), a reabertura do estádio após a realização dos Jogos Olímpicos Rio-2016 teve uma receita de R$ 3.203.207,50. Com as despesas, o resultado final ficou em R$ 1.874.168,05. O desconto de penhora fez o Flamengo embolsar R$ 1.593.042,84.

A participação na renda subiu para a casa dos 60%, quase o dobro de todo o Campeonato Brasileiro de 2015, quando o Rubro-negro teve a média de 35% da arrecadação total do estádio nos jogos em que foi mandante.

O duelo contra o Corinthians ainda teve custos extras por conta da limpeza e da necessidade de arrumação do espaço após a Rio-2016. A previsão é a de que o montante diminua e o lucro possa igualar ou até superar a marca nos jogos contra Botafogo, Coritiba e Santos.

Diretor de novos negócios do Flamengo e ex-executivo do Consórcio Maracanã, Marcelo Frazão explicou ao UOL Esporte o que fez a diferença para quebrar o incômodo paradigma que o Rubro-negro enfrentava em jogos como mandante no principal palco do futebol nacional.

“A parcela da renda do jogo contra o Corinthians é o recorde do Flamengo desde que o Maracanã foi reaberto na Copa das Confederações de 2013. Supera até a final da Copa do Brasil no mesmo ano. O modelo anterior tinha uma participação do consórcio no risco do jogo. Eram sócios. No novo modelo, o clube é dono e protagonista do evento. Paga as despesas da partida e recebe as receitas dela. Não resta dúvida de que é um bom modelo, praticamente o ideal”, afirmou.

A nova base para operar os jogos está praticamente definida, mas pode sofrer alterações dependendo dos compromissos e demandas. O Flamengo pretende participar da nova licitação para administrar o Maracanã. Esse processo, porém, ainda depende de trâmites legais e estudos por parte do clube. No ponto de vista operacional para uma partida de futebol, a lição já foi aprendida.

“O fundamental é entender a relação do estádio para cada jogo. Isso é uma coisa ainda na gerência da Rio-2016, será outra quando a concessionária o receber de volta e muda de vez quando se é o responsável absoluto pelo complexo. Podemos até melhorar o modelo operacional, mas seguiremos a lição. Quanto menos intermediários e mais protagonista o clube for, melhor. É materializar o que sempre foi falado. O Flamengo pode e deve ser o protagonista dos jogos”, encerrou Frazão.