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Copos comemorativos geram novo conflito entre Palmeiras x WTorre

Pela primeira vez, torcedores compraram copos comemorativos em uma partida palmeirense - Reprodução
Pela primeira vez, torcedores compraram copos comemorativos em uma partida palmeirense Imagem: Reprodução

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/10/2016 10h00

A noite desta quarta-feira marcou mais um capítulo para a conturbada relação entre o Palmeiras e a WTorre, empresa responsável pelo gerenciamento do Allianz Parque. Para o duelo decisivo contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, a construtora vendeu copos comemorativos com o símbolo palmeirense. E este é o motivo de nova disputa entre as duas partes.

Pouco antes do início do confronto diante do time gaúcho, que terminou empatado por 1 a 1, o Palmeiras notificou a WTorre pela comercialização dos copos com os símbolos palmeirenses. A reclamação consistia na produção e venda dos objetos sem o consentimento do clube. A reportagem teve acesso ao documento responsável por reclamar da ação da empresa. Os questionamentos recaem sobre a exploração comercial do símbolo e das conquistas da equipe nos objetos disponíveis à venda.

Cada copo custava R$ 10,00, na venda separada. Com o refrigerante incluso, o palmeirense gastou R$ 15,00 no 'combo'.

Em contrapartida ao posicionamento adotado pelo clube, a WTorre se defende e diz que agiu respaldada pelo contrato assinado ainda na gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo, em 2010.

De acordo com apuração do UOL Esporte, a WTorre procurou o Palmeiras com uma proposta para comercializar copos com o símbolo da equipe em dias de partidas. Os souvenires se esgotaram no confronto diante do Grêmio, noite de estreia da ação.

Fontes ligadas ao clube de Palestra Itália, no acordo proposto, garantiram que a construtora receberia 70% das vendas, enquanto o clube de Palestra Itália carregaria 30% dos lucros.

Por outro lado, pessoas relacionadas à WTorre garantem que a porcentagem das vendas dentro do estádio seria dividida igualmente entre as duas partes.

O UOL Esporte teve acesso a e-mails trocados com a primeira proposta para a comercialização de copos com o símbolo do Palmeiras. A empresa tentou viabilizar a ideia em junho, antes do clássico contra o Corinthians no Allianz Parque, disputado no dia 12.

Pessoas próximas à WTorre reclamaram da postura adotada pelo clube alviverde. Em agosto e setembro, as duas partes procuraram novamente se acertar sobre a venda de copos comemorativos. A data oferecida pela empresa correspondia ao duelo decisivo da última quarta-feira.

A construtora, sem resposta do departamento de marketing palmeirense nos últimos contatos, se apegou à própria interpretação do contrato do estádio para tomar a frente e comercializar os copos sem qualquer aprovação prévia ao clube de Palestra Itália.

Em trecho consultado pela reportagem sobre a exploração comercial da arena, a WTorre possui direitos de exploração 'do nome, da imagem da Arena, inclusive com a utilização do símbolo da Proprietária [Palmeiras], desde que em conjunto com o nome e imagem da Arena, serão de exclusividade da Superficiária [WTorre]'

WTorre contrato Palmeiras copos - Reprodução - Reprodução
Parte do contrato que trata da exploração de objetos pela construtora na arena
Imagem: Reprodução

Pessoas ligadas ao clube e ouvidas pela reportagem se mostraram incomodadas com a ação da WTorre e a classificaram como 'pirataria', segundo a versão de que o Palmeiras não autorizou as vendas.

O UOL Esporte entrou em contato com as duas partes para esclarecer o novo capítulo de tensão na relação entre o clube e a construtora do Allianz Parque. Tanto Palmeiras quanto WTorre, oficialmente, decidiram não se pronunciar sobre o assunto até o fechamento da reportagem.

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