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Raça e até sangue no clássico. SP atinge meta e reconquista torcida em 2016

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

30/05/2016 06h00

Reconquistar a torcida é uma meta do São Paulo para a atual temporada.

A merecida vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, no último domingo no Morumbi, faz os são-paulinos avançarem nesse desejo, que é explícito por praticamente todos no clube. Ao fim do clássico, manifestações importantes em torno dessa vontade de mudar o perfil vieram de diferentes partes e espontaneamente. 

O meia PH Ganso, o treinador Edgardo Bauza e mesmo Gustavo Vieira de Oliveira, diretor executivo do clube, se mostraram alinhados ao citar que o São Paulo quer voltar a ser um time que tem sincronia com a torcida. Voltar a vencer um clássico depois de quase um ano (o jejum era de 10 partidas) dá grande contribuição para uma equipe que já é semifinalista da Copa Libertadores. 

"Quem entra, sabe que tem direitos e obrigações de correr muito. De entregar tudo, senão sai da equipe. Começamos (o clássico) com cinco atletas que por distintas razões não estão sendo titulares e, quando entram, têm que se matar no campo. É com o espírito que estamos jogando", descreveu Bauza com menções a Lugano, Matheus Reis, Wesley, Centurión e Alan Kardec. 

No Morumbi, o São Paulo foi um time que soube sofrer nos primeiros 15 minutos, pressionado por um Palmeiras que iniciou o clássico no ataque, mas que não conseguiu chances a partir dali. Desde que PH Ganso abriu o marcador, a equipe de Bauza se organizou defensivamente, cansou de perder oportunidades na frente e levantou a torcida - que era única e teve 21 mil pagantes.

Um desses momentos em que a arquibancada se mostrou contente com a equipe veio justamente com um dos poucos jogadores que ouvem críticas na atualidade. O goleiro Denis recebeu uma pancada na cabeça em dividida com Alecsandro e ficou no chão em atendimento por aproximadamente cinco minutos. Mesmo com três cortes em diferentes locais, voltou à partida e permaneceu até o fim. Nesse exato momento do regresso, os torcedores vibraram como um gol.

Ao final da partida, Maicon fez cobranças a Rogério, que se irritou e deu início a uma discussão na beira do gramado. Até episódios como esse, que mostram a fibra dos atletas, são celebrados. "Me encanta que eles estejam peleando. Eu gosto muito. Isso quer dizer que tenho atletas que querem ganhar", explicou o argentino, que também foi pinçado pela direção do São Paulo por ter a capacidade de estimular o espírito dos atletas nas equipes que dirige.

A busca por reforços também incluiu nomes capazes de causar uma reviravolta, como Maicon, Calleri e Diego Lugano. Até PH Ganso, que outrora era apontado como exemplo de jogador sem atitude, enxerga o momento de outra forma.

"Um cobra do outro, não tem vaidade, e cobra da forma que quer cobrar. No vestiário a gente conversa, vê quem errou e quem acertou", disse o principal nome do clássico, com um ponto-chave para a mudança. "A partida contra o Strongest mostrou muita coisa em termos de equipe. Foi um divisor de águas e a equipe se uniu".