Coritiba 'atrapalha festa', vence Atlético e garante permanência na Série A

Em jogo marcado por arbitragem polêmica, e um final emocionante, ao coro de "eu acredito" dos torcedores alvinegros, o Coritiba venceu o Atlético-MG, por 2 a 1, na noite deste domingo, no Independência, ‘estragando’ a festa dos donos da casa pela conquista do título da Copa do Brasil. Com o resultado, o time paranaense chegou aos 44 pontos, assumindo a 14ª colocação, e livrando-se definitivamente da ameaça de rebaixamento. O time visitante abriu o marcador, aos 5 min do primeiro tempo, depois disso a equipe resistiu até o fim à pressão alvinegra e ainda fez o segundo gol, aos 39 mil da etapa final. O alvinegro mineiro ainda diminuiu, com Pedro Botelho, aos 44 min.

Em um domingo chuvoso, em Belo Horizonte, o torcedor atleticano se despediu do presidente Alexandre Kalil, com direito a volta olímpica do mandatário, que termina o seu segundo mandato, e viu em ação o time titular, que há quatro dias conquistou o inédito título da Copa do Brasil, com vitória sobre o arquirrival Cruzeiro, por 1 a 0. Esta foi a segunda derrota, no Independência, do Atlético-MG neste Brasileirão, em que ocupa a sexta colocação, com 61 pontos. A primeira tinha sido para o Goiás. Após o término do jogo, houve festa dos dois lados. Volta olímpica atleticana pelo título da Copa do Brasil e comemoração dos jogadores do Coritiba por evitarem o rebaixamento.

O Coritiba jogava por um empate, mas fez seu gol no começo, por meio de Carlinhos, de cabeça, que a imagem da transmissão pela televisão mostrou que estava impedido no lance. Aos 28 min, Rafael Carioca empatou o jogo, com belo gol, mas que foi anulado, depois que um dos árbitros adicionais informou, que a bola havia saído pela linha de fundo. “É a arbitragem brasileira, o Coritiba vem muito fechado para jogar contra o Atlético e quando a gente faz, eles não dão”, lamentou o volante atleticano.

Fases do jogo: O primeiro tempopode ser considerado um jogo do ataque atleticano contra a defesa do Coritiba. Mas foi o time visitante que saiu em vantagem, com um gol, marcado por Carlinhos, logo aos 5 min, em posição irregular. Mesmo vindo da conquista do título da Copa do Brasil e sem objetivo mais no Brasileiro, o Atlético jogou em ritmo intenso, dominou a etapa inicial e desperdiçou uma série de chances de gols. Fez um, por meio de Rafael Carioca, aos 28 min, que foi anulado. Depois de ficar em vantagem no placar, o time paranaense apenas se defendeu.

O cenário não mudou no segundo tempo. O Atlético-MG continuou pressionando, empurrado por sua torcida, mas esbarrava na forte marcação adversária e também no excesso de impedimentos de seus jogadores ofensivos. Em nenhum momento, os jogadores atleticanos se pouparam. Enquanto isso o Coritiba se defendia como podia. Quando o alvinegro mineiro conseguia finalizar, o goleiro Vanderlei aparecia e trabalhava bem.

Aos 39 min, na segunda finalização do Coritiba, o ex-atleticano Leandro Almeida fez o segundo. Aos 44 min, o torcedor atleticano comemorou o seu gol, marcado por Pedro Botelho. O final da partida foi emocionante, com os torcedores gritando “eu acredito”, a marca da torcida desde a Libertadores do ano passado, e o goleiro Victor chegou a ficar na área adversária, como um verdadeiro atacante tentando o empate.

O melhor: Carlinhos – Autor do gol da vitória do Coritiba sobre o Atlético, ainda no primeiro tempo, o lateral esquerdo Carlinhos demonstrou muita raça e foi um dos poucos jogadores da equipe paranaense a tentar jogadas ofensivas.

O pior: Maicosuel – Destoou no setor ofensivo atleticano. Correu muito, mas produziu poucas jogadas importantes para sua equipe.

A chave do jogo: Gol no início, retranca e arbitragem polêmica – Um gol aos 5 min do primeiro tempo, em posição irregular de Carlinhos mudou a história do jogo festivo para Atlético e que manteve o Coritiba na Série A, em 2015. Depois de ficar em vantagem no placar, o time paranaense só se defendeu e abriu mão de atacar. Os atleticanos reclamaram não apenas de impedimento no gol adversário, mas da anulação do marcado por Rafael Carioca e de um tipo de arbitragem que ajudou o Coritiba a amarrar o jogo.

Toque dos técnicos:Levir Culpi não quis poupar titulares e mandou a campo o time mais forte possível e com um esquema ofensivo, em que buscou o ataque o tempo todo. O Coritiba, que jogava para permanecer na Série A, demonstrou disciplina tática e foco na tarefa de evitar os gols atleticanos.

Para lembrar:

Festa atleticana com time titular. O técnico Levir Culpi confirmou o que havia afirmado na sexta-feira e escalou o Atlético-MG com todos os titulares em condições de jogo. “É um jogo festivo, despedida do Kalil, mas é o primeiro encontro com a torcida após a conquista. Os jogadores estão bem, querendo jogar”, justificou Levir Culpi.

Despedida de Alexandre Kalil. Antes de a bola rolar no Independência, Alexandre Kalil se despediu da Presidência do Atlético, com sua última entrevista coletiva nessa condição, volta olímpica, aplausos dos torcedores e muitas lágrimas.

Aniversário e homenagem no Coritiba. Autor do primeiro gol do Coritiba, Carlinhos se deu um presente de aniversário atrasado. É que ele completou 28 anos, na véspera do jogo. Já o goleiro Vanderlei não utilizou o tradicional número 1, substituindo-o pelo 300, em referência ao número de jogos feito pelo clube paranaense.

Bola do título leiloada. A bola da finalíssima da Copa do Brasil, cujo título foi conquistado pelo Atlético-MG, está sendo leiloada pelo internet. Os lances podem ser feitos no site da Federação Mineira de Futebol (FMF) até a próxima sexta-feira, às 18h. A arrecadação será doada para a Leuceminas.

ATLÉTICO-MG 1 X 2 CORITIBA
Data: 30/11/2014 (domingo)
Local: Independência, Belo Horizonte (MG)
Árbitro:  Pablo dos Santos Alves (ES)
Auxiliares: Cleriston Clay Barreto (SE) e Fabiano da Silva Ramires (ES)
Cartões amarelos: Bonfim, Leandro Almeida, Norberto, Germano (Coritiba); Diego Tardelli, Leonardo Silva(Atlético-MG)
Gols: Carlinhos, aos 5 min do primeiro tempo; Leandro Almeida, aos 39 min e Pedro Botelho, aos 44 min do segundo tempo

Atlético-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos (Pedro Botelho); Leandro Donizete, Rafael Carioca, Dátolo e Diego Tardelli; Maicosuel e Carlos (Dodô)
Técnico: Levir Culpi

Coritiba
Vanderlei; Luccas Claro, Leandro Almeida e Bonfim (Sérgio Manoel); Norberto, Helder (Germano), Robinho, Dudu, Alex e Carlinhos; Joel (Júlio César)
Técnico: Marquinhos Santos